Teoria da Conspiração aplicada no dia-a-dia

Alguém já parou para pensar que, quando estamos abalados por algum motivo, parece que este motivo fica "pulando" na nossa frente? Se fosse possível, só faltaria dançar pelado e com um abafador de chá na cabeça, diante de nossos olhos atônitos.

Se estamos desiludidos, nos parece que todas as pessoas que conhecemos, sem mais nem menos, arrumaram uma cara-metade. Se queremos parar/paramos de fumar, a sensação é de que o número de fumantes a sua volta, no mínimo, triplica. Se estamos iniciando/fazendo um regime, temos a impressão de que o número de comercias que envolve alimentos aumenta exponencialmente na televisão. Se não estamos tendo tempo para arrumarmos a casa devido a estudo/ trabalho/ sei lá que razão, é aí sim que aqueles parentes chatos e faladores, que nunca aparecem, resolvem fazer uma visita.

Não sou nenhuma Julia Roberts, nem tenho um Mel Gibson em minha vida, mas tenho me lembrado constantemente de uma teoria da conspiração elaborada por um grande amigo meu: A de que se existe uma mínima probabilidade de um motivo estopim de uma crise pessoal/existencial ocorrer de uma hora para outra, ele realmente vai acontecer. Porque? Sinceramente? Não tenho certeza, mas eu creio que isso se deve ao fato de que ficamos mais sensíveis.

Acompanhem minha linha de pensamento.

Porque percebemos que nossos conhecidos estão namorando quando estamos desiludidos? Porque estamos carentes e com dor de cotovelo. Normalmente, poderíamos até perceber, mas isso não causa nenhuma irritação quando estamos bem resolvidos. Porque o número de fumantes parece aumentar quando tentamos largar o cigarro? Na verdade nem aumentou...Fomos nós que passamos a perceber quanta gente ao nosso redor fuma. Os comerciais de "porcarias engordiets" na televisão aumentou durante um regime? Provavelmente, não...Devem ser os mesmos de sempre, mas como passam a ter aquele quê de "proibido" acabam virando uma incômoda tentação. Os parentes que surgem nas horas mais impróprias? Bueno, daí é uma mescla de preocupação e escrotice, no caso dos parentes chatos, mesmo.

Mas, teoria da conspiração a parte, a grande verdade é que isso não existe no dia-a-dia. Em momentos em que estamos fragilizados, por qualquer que seja o motivo, algumas coisas tomam proporções que em outras ocasiões não seriam relevantes.

Exemplos?

Se eu estou de bom humor, não me preocupo nem um pouco com a anarquia da casa se estiver estudando feito doida ou com um trabalho urgente para concluir; podem fumar na minha volta que eu nem me importo e por aí vai. Mas, caso eu esteja emocionalmente desestruturada...AFFF! Coisinhas como essas podem ganhar proporções de uma praga bíblica, dependendo da ocasião. Porque? Porque não vou estar em um bom momento de minha vida. Provavelmente estarei frágil, emotiva e tudo mais que tenho direito e, às vezes, no pior momento possível.

Todos nós temos momentos de fragilidade e é por isso que temos que encarar nossos medos e os fatos que se desenrolam a nossa volta. Se conseguirmos nos liberar um pouco de estresse, veremos que tudo continua praticamente igual, mas devido a nosso estado emocional, tudo parece mudar de figura.

A vida é cheia de altos e baixos. Bons e maus momentos irão acontecer, sem dúvida alguma. Mas é tudo uma questão de escolha. Podemos nos entregar a autopiedade e depressão...Ou lutar para sair do fundo do poço.

No dia-a-dia não existe teoria da conspiração, mesmo que algumas pessoas a sua volta possam dizer que sim, sei lá porque motivo. É apenas um mau momento, nada mais. E ele passa.

Podem acreditar.

Zannah
Enviado por Zannah em 10/11/2008
Reeditado em 11/11/2008
Código do texto: T1276675
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