A MELHOR COISA DO MUNDO
A MELHOR COISA DO MUNDO
Marília L. Paixão
Felizes são os dias de vitórias e tristes são os dias de entristecimento. Nem precisaria de dicionário para usar uma palavra menos parecida, mas esta é a mais parecida com o que sinto. Excelente está! Este texto não participará de nenhum concurso. O que é melhor que o que sentimos como explicação de um sintoma? Hoje vou carregar um sintoma de tristeza por parte do dia.
Ainda assim continuam lindas as xícaras vermelhas que comprei ontem no supermercado junto com as caixinhas de café a palito da Nescafé. Eu me senti uma criança diante o achado. Melhor que ter encontrado um castelo de areia na praia. Minha vontade foi de encher o carrinho com aquelas xícaras. Mas como eu sou só uma, me contentei em levar apenas duas.
Agora preciso de uma forma de salvar o meu dia da tristeza. Melhor pedida será chamar o Dagger. Mas não quero que ele me veja triste. Não vou chamá-lo. Poderia conversar com os passarinhos... Nada feito! Eles passariam as impressões que tiverem de mim para o Dagger. Dagger não pode me ver triste. Sabe lá se ele some de novo?! E aí eu ficaria pior ainda.
Quem sabe se eu me trancar no banheiro e tentar cantar feito um passarinho despreocupado eu não melhore?! Talvez o silencioso piar das lágrimas pareça um canto.
Talvez eu deva borrar minhas mãos de alguma tinta e pintar. Mas toda vez que eu penso em desenhar ou pintar pintar eu fico tentando pintar a bandeira americana. E de lá eu tenho tantas saudades que aumentaria o meu quadro de melancolia.
Abandonando este papo, vou só colocar mais um pouco de café na minha nova xícara. Fala se ela não é linda?! Deve ser essa a melhor receita para combater tristeza. Ficar olhando coisas lindas. É por isso que acho que o Dagger seria a melhor coisa do mundo aqui, agora.
De qualquer forma, hoje nas frases do dia o Saint Thomas de Aquinas dizia que três coisas são necessárias para a salvação de um homem: saber em que deve acreditar, saber o que deve desejar e saber o que deve fazer. Eu bem poderia dizer ao Saint Thomas que hoje eu desejaria morrer. Mas tenho a sorte de não poder deixar o Dagger, mais ou menos ainda sem entender sobre o viver e morrer se sobre o viver vou lhe ensinando aos poucos.
É assim que descobrimos que há pessoas e coisas que nos movem para além de nós mesmos. Neste além reside a felicidade que se busca e se encontra sem parar. Tudo depende da forma de olhar. Quando menos se espera estamos diante da melhor coisa do mundo. Em muitas outras a melhor coisa do mundo está diante nossos olhos que não conseguem ver. Oh, Dagger, baseado nisto tudo até o Saint Thomas pensaria que eu procuro cuidar melhor de mim por tanto lhe amar em cada linha nossa de vida.
Se você pulasse em minhas novas xícaras vermelhas eu nem brigaria com você! Contanto que você não me perguntasse: Por que não brilham hoje seus olhos? Não saberia como responder.