O TUBARÃO NÃO ME MORDEU EM OLINDA

O TUBARÃO NÃO ME MORDEU EM OLINDA

Marília L. Paixão

Nenhum tubarão me mordeu em Olinda, mas também não entrei na água. Ninguém falou para a minha alma ter calma enquanto ela respirava apressada.

Foi em Olinda que comi uma carne de boi que veio dura. Mas saberiam eles que gosto é de ternura? Fui para Maceió comer um peixe a moda. Veio com um pirão cor de rosa com um sabor impossível de esquecer. Comeria deste peixe como comeria você. Só que... "poeta" tem coisas que só pode pensar e não escrever que é para a poesia não se converter com olhares de desprazer.

Então eu não lhe como e nem me deixo comer. Se você pertencesse ao mar lhe deixaria fora da casquinha de siri. Quer ser meu amor ostra ou só pérola? Lembre-se que você pode ser qualquer coisa que a grosso modo eu nunca comi. Vamos fugir do tubarão de Olinda ou vamos virar comida dele sim?

Mas fugir do tubarão de Olinda não significa perder o coração da vida. Sabia que eu adoro comer coraçãozinho de galinha?! E também picanha argentina. Não troco carne por nenhuma vitamina.

Mas eu sei mesmo é que os tubarões emagrecerão com os meus versos que não se deixam comer. Mas como cronista eu não me importo em me transformar em posta de peixe com limão e zeite se lhe apetecer. De qualquer forma, antes que alguém me trasforme em isca, eu que sou arisca dedico essa crônica aos passarinhos já que o meu humor está reluzindo.

Ah! E deixo um beijo nada maldoso para você.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 24/10/2008
Reeditado em 24/10/2008
Código do texto: T1245524
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