ENQUANTO QUEIMA A VELA

ENQUANTO QUEIMA A VELA

Marília L. Paixão

Às vezes o seu amor me desespera enquanto queima a vela, mas não estou aqui para falar de amor. Reparou nas folhas dos coqueiros do nordeste? E aquelas nuvens ficando cinza? Você está olhando é para mim?! Olhe a paisagem do litoral. Olhe os novos amigos tão distintos e tão habilidosos.

Os pães de queijo do nordeste são tão fofos que parecem carinhosos. Tomei água de coco como se fosse a rainha do verde. Provei cuscuz, tapioca e em passos de tartaruga me despedi dos novos amigos com mais vontade de apenas partir sem me despedir.

Em Natal as pessoas parecem felizes mesmo sendo ou não sendo. Nem tive tempo de conhecer o Nordestão e senti vontade. Adoro conhecer supermercados bem grandes e em Natal percebi a presença de empresas do tipo internacional. Podem ser apenas suposições das minhas vistas. Tudo pode ser... Podia até ter tubarão no mar em que nadei. Mas com tanto tratamento vip eu até pensaria que o tubarão seria um espetáculo para reis e qualquer sensação de medo um sustinho para as rainhas.

Um garoto de Maceió falou que há tubarão em águas quentes e que em Natal é mais fácil ter tubarão que em Maceió. Como eu já tinha ido e voltado, já tinha nadado sem nem pensar em tubarão não senti medo nenhum. Mas das ondas bruscas eu senti. Depois de doze braçadas me senti um nada e corri para a orla que a vida me adora. Também pensei que não posso morrer antes de terminar meu livro, não é meu amor?!

Enquanto as praias convidam para escrever um livro, a ventania diz não. Escreveria que se fosse para mudar de nome pediria licença para o mar e depois para a Lúcia. Há pessoas que vão e há pessoas que ficam. Há pessoas que molham a cara ao beijar o oceano. Eu apenas digo de várias maneiras: te amo.

Uma tentativa de dizer que em Natal todo amor parece mais bonito seja ele visível ou não. Em meu próximo texto falarei dos tubarões de Olinda. Se você gosta de me ler não espere por nenhum espetáculo. Se tratarão de lembranças do que fiz e do que faço. Tomara que Olinda perdoe o meu humor e os meus pontos fracos. Não acendemos vela em Olinda. Não acendemos não! Será que faltou coração?

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 23/10/2008
Código do texto: T1243401
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