O Jantar
Que tipo de conversa rola em uma reunião de amigos? E se essa reunião for de pessoas se despedindo de uma etapa de suas vidas, onde não importa o que será dito, o que vale é se divertir? Não interessa se o chefe está do lado ou se o colega fofoqueiro está ouvindo. A grande vontade é rir do outro e com o outro, a grade sacada é fazer rir.
E foi nesse tipo de reunião que estávamos. Chegamos todos meio tímidos, disfarçando, na verdade reconhecendo o terreno. Terreno que se mostrou tranqüilo e limpo. Estamos todos à vontade. Como é bom papo regado a um refrigerante geladinho, ou uma loira também gelada, carne no ponto... não queremos mais nada.
O Bruno, prestativo que é, tratou logo de se ambientar com a churrasqueira, os garfos e a faca. Que bom que ele nutre uma paixão escondida (nem tanto) pela Nilce e sentada ao lado dela, fui sempre muito bem servida. As pessoas foram chegando aos poucos e inconscientemente (ou não) os grupos foram se formando.
O primo do Will tratou logo de se encostar no muro, fazendo pose de modelo. Ele achou que estava podendo afinal, hoje trocou o uniforme de entregador de lanche por um mais descontraído e apertadinho. Seu Gerson, para não deixá-lo sozinho, juntou-se e formou a duplinha do muro. Talvez ele não quisesse ficar ao lado das madames, como nos classificou ainda na estação. Ele nós perdoamos. Deve estar entrando na endropausa.
Mas voltando aos grupinhos, formou-se mais na ponta um outro grupo não tão animado, pois faltava alguém. A Nilce, curiosa que o é, fez questão de perguntar pela outra “ete” que ela estava sentindo falta. Justificativas dadas, Nilce ficou mais conformada com a ausência. Um pouco triste, mas instantaneamente passou.
Na outra ponta estava o grupo da elite, do qual sairiam as conversas mais animadas e as maiores revelações.
Por iniciativa da Ilma, mais uma vez grávida, todos atacamos as comidas que estavam nos esperando na mesa.
Abro aqui um parêntese para fazer um elogio: tudo estava muito bem feito e gostoso, afinal a anfitriã tem um bom gosto na cozinha assim como nos modelitos que desfilou durante a noite. Ambos na moda (não sei de onde), com várias estampas e completando o look uma botinha meio romana, que caiu super bem com o clima que fez hoje. Um arrependimento: poderia ter aproveitado a oportunidade e pedido algumas dicas de moda... Agora paciência, fica para a próxima.
Voltemos então para nossa comilança que a noite ainda vai esquentar. Temos que registrar nesse momento a chegada do Will depois de vários telefones para a Nilce, finalmente conseguiu achar o endereço. E logo depois chega a Rosangela, todos pensávamos que não iria, mas ela apareceu.
Várias poses, vários flash e muitas fotos surgiram. O André foi o escolhido da noite, virou modelo.
Quando menos esperávamos chega a sobremesa. Todos saboreávamos uma banana assada com canela junto com sorvete de flocos quando a Karina decide fazer um elogio. Diz que a banana do Luiz, o anfitrião, estava maravilhosa. O Luiz ficou todo cheio e admitiu que literalmente sentiu a satisfação da Karina. O André, que não queria ficar de fora da sessão de elogios, confessou que a banana do Luiz era como ele imaginava: pequena, fina e mole.
Diante de tantas revelações o Bruno decidiu se abrir com o grupo e contar sobre as suas dificuldades mais íntimas. Confessou que não agüenta mais ser chamado de ligeirinho. A turma toda se compadeceu dele e todos, unanimente, recomendamos que ele procurasse ajuda e que não ficasse envergonhado.
O Will, emocionado pela sinceridade do Bruno, decide então admitir que não tem preconceito algum de ser metrosexual e não se incomoda de ser nosso amigo G.
Essa noite foi realmente surpreendente. Até algumas teorias foram comprovadas como a do descanso do João, que nem estava presente, mas foi lembrado. A Daniele que o diga.
Nossa gente, tudo isso só em um jantar? Dessa vez o pessoal se superou. Mas, o que tiramos de tudo isso, fora alguns quilinhos a mais, é que amigos reunidos sempre rendem boas risadas, bons deboches e com certeza, bons textos.
Tatiana Assis