QUATRO MARCANTES HISTÓRIAS

QUATRO MARCANTES HISTÓRIAS

Alguns fatos não devem ser apagados das páginas pitorescas da nossa história. Como acontece em todas as pequenas cidades é natural que o cotidiano registre em nossas mentes essas lembranças. Poucas coisas diferentes roubavam a nossa atenção.

O povo mais antigo conhece muito bem a história de uma senhora que morava perto do cemitério. Era comum ver essa mulher pegar o filho de um lado, uma trouxa de roupa na cabeça e desfilar pela cidade abraçando o seu “SEMP” de seis pilhas grandes, ouvindo no mais alto volume as músicas sertanejas do programa do Comendador Moreira na Rádio Difusora Platinense. Ela não estava nem aí. Seguia em frente ia levar sua roupa muito bem lavada aos seus clientes. Era a DONA MARIA DO RÁDIO.

O CARROCEIRO APAIXONADO - Outro fato que marcou muito nossas vidas foi a de um senhor que não lembramos o seu nome, mas foi muito comentado. Era um carroceiro, muito apegado a sua mulher saiam sempre juntos. Em todas as viagens de frete que fazia. Dava um dó de ver aquela senhorinha no calor sufocante do sol. Ou sob a fina garoa, desfilando pelas nossas ruas. Alguns falavam que era de ciúmes. Nunca ficamos sabendo qual dos dois tinha mais ciúmes. Eles já eram de idade. E ela nunca descia da carroça temendo que ele a esquece-se.

Há ainda um senhor cujo nome era NENÊ VEIGA. Esse também marcou época. Ele era proprietário de um pequeno prédio com uma grande marquise. Nessa marquise ele colocou de tudo. Vaso, flores, fez um jardim e escreveu com letras bem grandes de madeira ou cimento: “ASSEGURE O SEU FUTURO”. Quando o conhecemos ele já não tinha família. Mas foi casado e teve filhos. Aquilo depois virou um motel. E o seu Nenê Veiga, era chefe da meninada.

Outro personagem curioso de nossa cidade é um rapaz que vive sorrindo e mexendo com todo mundo. O JOÃO PEITEIRA. Ele recebeu o apelido porque tem uma protuberância no peito. Os ossos são saltados. Um Quasímodo às avessas! Ele é magro e moreno. Tem uns 40 anos. Já foi pedreiro. E atualmente distribui propagandas de lojas nas ruas. Ele bebia, não bebe mais. Depois que freqüentou os AAs, aqui chamado de CEREA (Centro de Recuperação de Alcoólatras). Lá nesse Centro, certa vez, ele arrumou uma namorada loira. Não demorou muito os outros “bebuns” tomaram a namorada dele. Ele ficou muito triste.

Atualmente JOÃO PEITEIRA, tem uma bela bicicleta com uma pequena carreta onde tem um aparelho de som e vive a ganhar o seu pão, fazendo propaganda política pelas ruas, sempre sorrindo e mexendo com o público.

Theo Padilha, 3 de outubro de 2008.

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 03/10/2008
Reeditado em 05/10/2008
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