Ainda somos bárbaros
O dinheiro é o culpado de todo o resto. O dinheiro ou qualquer outra forma de acumular riquezas ou desfrutar de uma condição acima da maioria. Apesar dos seres humanos serem iguais em sua composição física, diferem psíquicamente. Assim, somos universos opostos. Tempo estranho esse que vivemos. Paradoxalmente, somos uma sociedade mais avançada: temos a internet, lançamos moderníssimas sondas e foguetes para o espaço, criamos softwares, desenvolvemos a nanotecnologia e experimentamos avanços científicos de toda ordem, que permitem a cura de muitas doenças. No entanto, o nível de amor da sociedade cai numa velocidade ainda maior. Quem sabe num futuro distante, digamos, uns 700 anos, os homens do amanhã voltem seus olhos para os livros de história (ou, claro, registros holográficos) e observem que o que difere a sociedade atual dos homens das cavernas é que não mais usamos clavas para caçar antílopes.
No entanto, ainda somos incivilizados Há elementos em nosso meio que matam por dinheiro, por um punhado de papel sujo ou por qualquer outro motivo fútil, destruindo vidas. Há médicos que deixam pacientes morrer porque não têm pagar por seu conhecimento. Ainda temos a bebida, ainda temos a droga, ainda temos traficantes, exploradores, ainda temos armas, ainda temos guerra, ainda temos disputas de territórios, ainda temos conflitos de ideologias e preconceitos de cor de pele ou sexulidade e, pior, destruímos o organismo planetário. A humanidade não evolui de forma coletiva. Há muitos que rogam pela paz e fazem algo pelo planeta. Mas há tantos outros que semeiam a discórdia e a indiferença. Ainda somos bárbaros, apesar de nossas televisões de plasma, celulares com MP3 e home theaters.