Na vida aos 13.
Entrara cedo na vida, aos 13 anos perdera o pai todos acharam ter sido por culpa da bebida, só e somente só ela sabia da verdadeira causa mortis do seu pai, era mais um dia comum em que ele voltava bêbado como um gambá e mais uma vez tentou investir contra a própria filha a agarrando violentamente tentando deflorar o seu sexo, corriqueiramente isso ocorria mais naquele dia foi diferente ao conseguir se livrar das garras vorazes do pai achou dessa vez algo para se defender e ao invés de fugir como fazia sempre lançou com toda sua fúria um golpe duro e presto na cabeça de seu malfeitor que caiu estático no chão frio da cozinha, ela largou o objeto que lhe servira de defesa e foi pro seu quarto e dormiu o sono dos justos, no dia seguinte ao acordar viu que o pai continuava imóvel no mesmo local então pode perceber que ele estava morto, sem denotar desespero chamou os vizinhos que deram o veredicto que ela já esperava.
-Ele esta morto
Morto, morto, ele esta morto, esta morto, morto, aquelas palavras martelavam em sua cabeça repetindo-se como que no intuito de fazê-la crer. No enterro ela não parava de olhar para a figura nefasta que jazia inerte dentro de uma rede presa a uma vara e carregada por dois homens, muitos apareceram, mais nenhum dos que lá estavam eram amigos ou sequer gostavam ou conheciam o defunto, era apenas um evento na pequena cidade do sertão nordestino e como tal atraia muitos curiosos.
Depois do enterro ao chegar em casa tomou um longo banho de porta aberta, depois foi para o quarto do falecido pai e como uma criança começou a pular na cama, feliz por não ter mais que se esconder do pai para não ter seu sexo deflorado, estava feliz pois nunca mais seria molestada nem agredida fisicamente por aquele ser imundo, agora estava sozinha e começou a rir, e riu como nunca houvera rido antes mais logo o riso cedeu lugar ao choro percebeu que aquele sozinha era fato, seu pai era o único parente que tinha e quando sóbrio não era tão má pessoa e agora não tinha mais ninguém, estava só naquela casa vazia e chorou, chorou como nunca houvera chorado antes, chorou tanto que acabou por dormi.
Passados os dias sem dinheiro, sem família acabou por vender-se para o dono da quitanda, entregou o seu sexo que tanto lutara para defender do próprio pai para aquele homem asqueroso, que se lambuzou de todo jeito dela provocando dores no seu frágil corpo de menina, como recompensa pelo abuso ganhou pão, leite um pedaço de mortadela e alguns trocados. Sentindo-se suja e com vergonha da sua própria alma juntou os poucos pertences que tinha e foi embora pedindo carona aos caminhoneiros e pagando com seu sexo.
E assim com apenas 13 anos entrara para a vida, acostumara-se a obter tudo pela troca de favores, e passou a viver nas ruas da capital convivendo diariamente com a escoria da sociedade, drogados, bêbados, ladrões e prostitutas eram seus vizinhos e amigos, doenças adquirira e também transmitira muitas.
E assim viveu ate os 19 anos quando o excesso de drogas pos fim a sua vida, e morreu esquecida numa rua escura do centro da cidade alguns disseram que foi o vicio das drogas mais o que ninguém pensou é que agora ela estava em paz livre dos grilhões que lhe aprisionaram naquela vida trágica.
Izis Egpcia