DE DENTRO DAS NOSSAS BOLSAS (P/MALU)
DE DENTRO DAS NOSSAS BOLSAS
Marília L. Paixão
Eu fui lá fora cavalgar no vento. Senti-me docemente forte e grandemente minha. Lembrei-me da Malu, uma moça que nunca vi, mas está sempre por aqui. Lembrei-me do silêncio dela.
Queria falar mais de você Malu. mas estou de partida para uma ilha onde só vai quem tem que ir com suas obrigações rotineiras. Quando puder sair de lá prometo ir lhe visitar e ter maiores impressões a seu respeito já que esta curiosidade me bateu no peito.
Nada é por acaso em meio ao pantanal. Pessoas quando se encontram em situações distintas se entreolham e podem até sorrirem se bem se vêem. Estou precisando de água Malu, está precisando de sal? Quem sabe o que tenho lhe serve daqui de dentro da minha bolsa.
Enquanto pedalava pensei que bem que poderia aprender a usar uma arma. Cada coisa que passa em nossa cabeça! Você canta e dança Malu ou é como eu que sabe só reparar nos outros o que poderia ser um esboço do que somos ou poderíamos ser?
Poderíamos ser residentes da mesma tribo civilizada sem armas e nem nada? Poderíamos viver sem medo em terras latinas? Poderíamos deixar crescer em nós somente a sede de saberes benignos? E se todos os povos se fragmentassem ou se unissem seriam mais belos mesmo que cada um usasse sua própria vestimenta?
Seria mágico apenas uma forma simples de fitar as coisas e esta seria de amor com amor sem precisar destruir nenhum próximo. O oriente não traria ameaças para o ocidente e o ocidente não temeria tanto estes outros mortais como eu os temo. Por isso que quando se fala em fugir eu penso em um primeiro mundo bem democratizado com leis menos frágeis e com segurança mais rica.
Mas eu gostei tanto da sua sugestão que este texto fica por conta da empatia que sempre fica. Pessoas boas passam a merecer pertences das nossas bolsas de valores eternos. Qualquer dia lhe faço um verso em formato incerto. A amizade é que é um presente belo.