A DOR DA VIDA NOS TOCA

A DOR DA VIDA NOS TOCA

Marília L. Paixão

A dor da vida possui muitos nomes e rostos, muitos países e desgostos. Não possuiu apenas o meu ou o seu. A dor da vida espalha e quando pensamos que termina, começa, e quando pensamos que começa, quase termina com a força de um pensamento.

A dor parece que dilacera quando se aproxima bruta. Muitas vezes ela vem por correntes de ar que consegue nos abraçar por mais que estejamos sentados numa confortável poltrona. Há tantas formas de explicar a dor ou denominá-la mesmo ela escorrendo por sobre calçadas.

A dor na verdade mexe mais com a gente quando rala nosso cotovelo. Então você grita. Qualquer um ouve a sua dor mesmo fingindo não ouvir. Essas são dores chamadas visíveis. Olha eu aqui sofrendo! Você não está vendo?! Possuem sangue estas dores, mas tem as que nem possuem.

As dores sem sangue são chamadas dores da alma. Nem precisam ser silenciosas ou lagrimosas para serem compartilhadas ou divididas à sua forma. Por exemplo, a da mulher que foi traída e sofre tanto que entende a sua dor quem fica sabendo e não só quem a traiu. Precisa esta parte ser ilustrada pela princesa Diana ou poderíamos escolher qualquer mulher muçulmana?

E se vamos ilustrar dores com celebridades, recentemente um atleta chinês teve seu país inteiro sofrendo com ele ao sair do campo da batalha olímpica. Em 2001 o mundo ocidental sofreu com os norte americanos ao assistir a queda das torres gêmeas, as torres estavam repletas de pessoas como nós. Nos sentimos lá dentro, algo em nosso coração ia se movendo de amor e medo.

E os heróis que morreram de overdose quantas dores deixaram para trás? Janis Joplin, Jim Morrison, Elis Regina, Cássia Eller, Nirvana e quantos mais? Enquanto uns queriam uma Mercedes Benz outros queriam uma casa no campo para cantar e compor muitos discos rurais. Na verdade cantamos menos do que queremos a mais.

Na televisão passa uma propaganda com uma menininha pedindo socorro e um coração. Parece uma forma de nos fazer sofrer de novo. Quem não se lembra da cantora ao ouvir a música está morto em sensibilidade ou não chegou a conhecer sua arte, principalmente se a letra não o tocar com as imagens da menininha e alguma coisa que lhe de sentido.

Será que tem algum psicopata planejando a morte de Obama assim como teve o que planejou a de John Lennon? Motivações diferentes são coisas próprias da loucura ou do que move cada um. O que fez com que a escritora, Sylvia Plath, enfiasse a cabecinha no fogão da sua cozinha? Vá assistir ao filme quem quiser lhe entender um pouquinho da dor. E verá que você desejará tirá-la lá de dentro bem a tempo para que ela respire tantos outros ares lá fora.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 09/09/2008
Reeditado em 09/09/2008
Código do texto: T1168961
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