Cantando uma história

Tocando meu violão, eu vou,

mas aqui nesse lugar nada parece certo.

Parece que até meu violão está com as cordas trocadas.

Nesses acordes, é como se só eu entendesse o que estou tentando dizer.

Eu quero um lugar onde eu possa sentir a brisa no meu rosto,

e me maravilhar com essas lindas estrelas brilhando sobre mim.

Esse céu não é o mesmo céu que eu quero ver.

Cantando à sombra de alguma árvore, eu vou, mas parece que eu deixei alguma parte de mim pra trás quando vim pra cá.

Meu coração não está batendo como antes, mas eu sei que, talvez muito longe daqui, tem um lugar onde eu posso sentar na praia e sentir a água do mar nos meus pés descalços.

Mantendo isso dentro de mim, eu vou, cantando e tocando meu violão.

Quero ainda algum dia chegar naquele lugar.

E no caminho eu canto os meus sentientos e a minha vida, por aí eu sei que alguém também deve estar cantando.

Eu ponho o meu violão no colo e apoio meus cotovelos nele.

Observo o sol se pôr, talvez seja a última vez e ele nunca mais apareça denovo.

Mas esse sol não é o mesmo sol, por que o outro sempre vai voltar e me fazer cantar, tocando meu violão.

Agora sentada no gaho de uma árvore bem resistente, eu torno a tocar estes acordes e cantar aquela música.

Eu quero fazer isso pra sempre, mas naquele lugar.

E quando eu chegar lá, mesmo que demore, eu vou me lembrar deste lugar aqui: vazio, feio e sem vida. Mas não vai mais importar tanto.

Tocando meu violão, cantando e com a mente naquele lugar...

Tocando meu violão, cantando...

Tocando meu violão...

Eu vou...