Um Sonho Bom.

E de uma hora para outra se foi a conexão da web e o sinal da TV por assinatura. E nem era meia-noite. Sono, nem pensar. Esperava um jogo de vôlei na TV e escrevia.

Desistiu não sem tentar inúmeras vezes se comunicar com a empresa responsável pelos serviços. Dessa vez não havia uma, duas ou três pessoas a quem reclamar. Nenhuma ligação foi completada.

A rotina biológica avisava que não era hora de dormir. Ainda bem que tinha um livro novinho em folha para ler. Deitou-se e adentrou na lucidez do escritor. Achou interessante, pela primeira vez, a idéia do voto em branco.

A chuva lembrou-lhe alguém e o sono veio naturalmente. O despertar foi cedo e feliz, o que lhe é absolutamente estranho. Detesta acordar cedo.

Hoje não foi assim. Trabalhou com a cara boa. Soube que a pane da noite anterior havia sido geral, mas não soube o motivo. Deu de ombros.

Voltou para casa no começo da tarde e nem a chateação do horário eleitoral na rádio afetou seu humor. Não achou um CD sequer no carro.

"Onde está Maria Rita, que até ontem cantava aqui?" Claro que ninguém lhe respondeu e o percurso foi feito ouvindo aquela chatice.

" Meu deus, será que essas pessoas não se envergonham de mentirem assim?" . Mais uma vez não obteve resposta. Estava só.

Chegando em casa, um banho e o almoço. Depois não resistiu à sesta. Não havia nenhum compromisso. Relaxou e foi então que ela se sentiu inesperadamente feliz. Um sonho bom no meio da tarde trouxe alegria e esperança à mulher que havia desistido de sonhar.

Evelyne Furtado, 19 de agosto de 2008.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 19/08/2008
Reeditado em 21/08/2008
Código do texto: T1136112
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