BAILE DO MEU TEMPO
Evaldo da Veiga
Só aos sábados e iniciava às 23:00 h.
Por que tão tarde?
Naquela época se trabalhava aos sábados:
o comércio até as 12 e a indústria até as 17:00 h.
Quem largava às 17 até chegar a casa, tomar banho,
relaxar e entrar no clima, muitas vezes chegava atrasado.
As mulheres, pintar as unhas, bob nos cabelos, engomar
a anágua, fuxicar antecipando as emoções...
o tempo ficava curto.
A música, a dança... tudo envolvente. Mas dançar
juntinho, encostar a INHA no INHO, humm....
Pra isso é que todos viviam...
A música preferida era o bolero, dois pra cá, dois pra lá,
e os corpos sempre juntinhos.
A Valsa, todos achavam emocionante, por demais linda;
a Rumba, movimentos maravilhosos, o inconveniente era
a INHA distante do INHO.
E dançar juntinho era a melhor emoção daquela época,
só acontecia aos sábados, que era o dia mais esperado em
seu horários das 23, terminando na madrugada
de domingo, às 04:00.
O horário oficial era às 03, mas o pessoal pedia bis,
o Diretor Social atrasava o relógio, todos viviam para prolongar o tempo.
Nos Clubes, os rapazes só entravam após os dezoitos anos
e as meninas, mesmo que menor, aparentando porte de adulta,
entravam . A maquiagem, batom bem vermelho, decote mais generoso, aumentavam idade das mulheres.
Os comissários do Juizado de Menores, na época, fiscalizavam:
mas sendo recebidos como VIP, bebidas e tira gosto bem legal,
fechavam os olhos. Ninguém se vendia por dinheiro,
só por prazer e simpatia.
Mas, estou dizendo tudo isso só pra dizer o que eu considero o
maior contraste daquela época com o tempo atual: o tesão.
A gente ficava excitado o tempo todo e, no final do baile,
era aquela dorzinha forte que ia aumentando e deixada de lado.
O tesão muito maior do que a dor.
Oh o tesão, maior emoção!!!
Oh o tesão, a única sensação válida!
No final do baile uns iam se masturbar em casa e outros procuravam um
lugarzinho por ali mesmo.
Enfrentar alguns problemas pela graça sublime da
excitação valia a pena.
Driblar o Fiscal de Salão, ir ao banheiro de mão no bolso
disfarçando...
No salão, dançando juntinho, o INHO com a INHA.
A medida que a música ia terminando,
os casais iam chegando pra perto das paredes e o homem
ficava de costas para o salão;
a mulher de frente para o púbico: toda molhadinha,
com aquele ar de inocência, que lindo!..
Todas as garotas faziam isso, vivia isso e não contavam a ninguém,
nem a melhor amiga. Se contasse, ou flagrada no ato ostensivo,
corria o risco de ficar mal falada, e até
ser evitada pelas colegas que faziam o mesmo.
Hoje em dia, o homem na praia abraçado com a
mulher de biquíni curtinho querendo beijar muito,
ela se derretendo, e ele de pinto molhe,
pensando no jogão da tarde, um FLA X FLU imperdível,
E VIVA O MENGÃO !
evaldodaveiga@yahoo.com.br
Evaldo da Veiga
Só aos sábados e iniciava às 23:00 h.
Por que tão tarde?
Naquela época se trabalhava aos sábados:
o comércio até as 12 e a indústria até as 17:00 h.
Quem largava às 17 até chegar a casa, tomar banho,
relaxar e entrar no clima, muitas vezes chegava atrasado.
As mulheres, pintar as unhas, bob nos cabelos, engomar
a anágua, fuxicar antecipando as emoções...
o tempo ficava curto.
A música, a dança... tudo envolvente. Mas dançar
juntinho, encostar a INHA no INHO, humm....
Pra isso é que todos viviam...
A música preferida era o bolero, dois pra cá, dois pra lá,
e os corpos sempre juntinhos.
A Valsa, todos achavam emocionante, por demais linda;
a Rumba, movimentos maravilhosos, o inconveniente era
a INHA distante do INHO.
E dançar juntinho era a melhor emoção daquela época,
só acontecia aos sábados, que era o dia mais esperado em
seu horários das 23, terminando na madrugada
de domingo, às 04:00.
O horário oficial era às 03, mas o pessoal pedia bis,
o Diretor Social atrasava o relógio, todos viviam para prolongar o tempo.
Nos Clubes, os rapazes só entravam após os dezoitos anos
e as meninas, mesmo que menor, aparentando porte de adulta,
entravam . A maquiagem, batom bem vermelho, decote mais generoso, aumentavam idade das mulheres.
Os comissários do Juizado de Menores, na época, fiscalizavam:
mas sendo recebidos como VIP, bebidas e tira gosto bem legal,
fechavam os olhos. Ninguém se vendia por dinheiro,
só por prazer e simpatia.
Mas, estou dizendo tudo isso só pra dizer o que eu considero o
maior contraste daquela época com o tempo atual: o tesão.
A gente ficava excitado o tempo todo e, no final do baile,
era aquela dorzinha forte que ia aumentando e deixada de lado.
O tesão muito maior do que a dor.
Oh o tesão, maior emoção!!!
Oh o tesão, a única sensação válida!
No final do baile uns iam se masturbar em casa e outros procuravam um
lugarzinho por ali mesmo.
Enfrentar alguns problemas pela graça sublime da
excitação valia a pena.
Driblar o Fiscal de Salão, ir ao banheiro de mão no bolso
disfarçando...
No salão, dançando juntinho, o INHO com a INHA.
A medida que a música ia terminando,
os casais iam chegando pra perto das paredes e o homem
ficava de costas para o salão;
a mulher de frente para o púbico: toda molhadinha,
com aquele ar de inocência, que lindo!..
Todas as garotas faziam isso, vivia isso e não contavam a ninguém,
nem a melhor amiga. Se contasse, ou flagrada no ato ostensivo,
corria o risco de ficar mal falada, e até
ser evitada pelas colegas que faziam o mesmo.
Hoje em dia, o homem na praia abraçado com a
mulher de biquíni curtinho querendo beijar muito,
ela se derretendo, e ele de pinto molhe,
pensando no jogão da tarde, um FLA X FLU imperdível,
E VIVA O MENGÃO !
evaldodaveiga@yahoo.com.br