O CRISTÃO E A POLÍTICA

O CRISTÃO E A POLÍTICA

POLIS = cidade. Ciência e atividade que se ocupam da ordenação da vida pública. Ela é digna de atenção por parte de todo cristão. Dadas as imensas necessidades de uma elevada porcentagem de pessoas só com medidas políticas se pode enfrentar soluções proporcionadas, sem que isto escuse da prática da caridade nos casos concretos que cada um tem a seu lado. Por isso, política é o conjunto dos fenômenos e das práticas relativos ao Estado ou a uma sociedade. É a arte de governar bem os bens públicos de um povo e habilidade no relacionamento humano.

O ser humano é essencialmente político, em tudo ele age fazendo política. Ele não está sozinho, mas está em constante relação, desde o primeiro dia de sua existência, até à sua última hora.

Difícil mesmo será encontrar alguma tentativa de definição da realidade política que não remeta de algum modo à sociedade e ao poder. A sociedade à qual a política corresponde é aquela que, em determinado contexto espácio-temporal, poder ser considerada global, última, auto-suficiente, independente e soberana, por mais que estas notas somente possam ser realizadas de modo imperfeito, relativo, ainda que na mais poderosa das sociedades. Esta é a sociedade dotada de faculdade e provida de meios para assegurar o sucesso na busca de seu fim específico e última razão de ser: o bem comum público, isto é, o conjunto de condições, de naturezas diversas, que permita a todos os seus integrantes alcançar sua própria perfeição, cada qual mais plena e facilmente. Assim, a política será justamente o conjunto de atividades e instituições que têm, de um modo ou de outro, por objeto e conteúdo a ordenação desse todo para tal fim, ordenação em dois sentidos fundamentais do termo: enquanto organização racional de meios para a consecução de um fim; e enquanto império ou mandato que prescreve ao todo, a todos os seus integrantes, em função do todo, determinadas ações ou omissões.

E esse ser humano tem uma força muito grande que se chama: voto consciente. Com a proximidade das eleições, a responsabilidade dos brasileiros em relação ao futuro cresce ainda mais. Não que a única forma de participar da vida política e dos rumos do País se faça através das urnas. A participação em organizações não-governamentais e em partidos políticos ou a adoção de um comportamento cidadão, cobrando direitos e não fugindo das responsabilidades, são atitudes que ajudam a melhorar a qualidade de nossa vida em sociedade. O voto mostra a vitrine do regime democrático. Apesar das distorções na representatividade eleitoral da população brasileira, a eleição ainda é um dos poucos momentos no qual cada cidadão, rico ou pobre, branco ou negro, letrado ou analfabeto (que por sinal são muitos), iguala-se no direito de escolher os seus representantes. Pode-se colocar inúmeras críticas ao processo democrático brasileiro, mas uma coisa não se pode negar: o alargamento do direito do voto a camadas cada vez mais amplas da população fez do Brasil um país com um dos maiores colégios eleitorais do mundo.

E diante do panorama eleitoral em que vivemos, podemos concluir que, além da trajetória do PT, nestes últimos 20 anos, a composição da base social desse partido vem defendendo por unhas e dentes a classe mais desprotegida do país e só os desprotegidos é que não vêem, ou só agora que estão vendo. Se o Lula vencer as eleições, será a primeira vez, em 500 anos de história do Brasil, que um partido criado pelas camadas populares, e não por facções da elite dominante, chegará ao poder do Estado. Este fato inédito permite supor que as pressões por reformas profundas na economia nacional se avolumarão, levando Lula a ultrapassar as limitações do seu programa, e agir a partir da grande e gloriosa ideologia do PT, que caminha paralelamente à Doutrina Social da Igreja. Diante de tudo isso, o eleitor não terá diante de si uma cabine secreta, mas um panorama muito maior a respeito das conseqüências do seu voto, em termos do que fará, na prática, o próximo presidente da República, na defesa do povo brasileiro, de modo especial da cidadania nacional e da economia mundial.

Bibliografia = Dicionário de termos religiosos e afins, verbete = Política, Santuário, Aparecida, SP. 1999 Dicionário de Pensamento Contemporâneo,

verbete = política, Paulus, SP. 2000 Documento 69 – CNBB; Exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome..

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 04/08/2008
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