Topadas menos ásperas com o passado (revisão de conceitos)
É verdade que não há nome possível para os encontros inesperados que temos com as pessoas traumatizantes (talvez traumatizadas) do nosso passado.
Só que não é essa a única verdade. Existem também as lembranças boas e na ciranda do mundo às vezes vemos, de relance, pela janela do ônibus em movimento, um rosto conhecido. Uma pessoa que já fez parte da vida da gente mas que se perdeu no tempo, ficou no antigo emprego, na antiga rua, no antigo colégio... Uma pessoa que está distante.
Talvez fosse possível dar um grito por essa janela ambígua, que mostra e ao mesmo tempo afasta. Mas o problema de que falo não é a simples distância de um grito. Não. Falo aqui da distância provocada pelo desencontro e pela perda de convívio diário. Falo de uma faceta do passado que longe de assustar, nos deixa com o gosto de um embargo (seria saudade?) na boca.