DONA ZÉLIA e as Mulheres de Chico...

 

Dona Zélia, desde que fui citada em sua crônica fiquei imaginando uma maneira de retribuir seu gesto. Pensei em todas as personagens femininas de minhas leituras, achei-as insuficientes e hoje lembrei de mulheres maravilhosas que poderiam me falar de você. Não, não são as personagens de Jorge Amado, apesar de gostar muita delas, principalmente de Gabriela e Teresa, mas percebi que gosta de música e foi ai que encontrei fragmentos seus.

                Sim, foi ele, o Chico que minha querida amiga e cronista Rosa Pena quer só para ela, que canta lindamente o universo feminino e me faz rir, chorar, encantar-se com todas as mulheres, inclusive as de Atenas - berço de nossa amada Filosofia, que fui buscar e encontrar você. 

Lembra da Rita? Pois é D. Zélia, imagino que em sua juventude, com este belo sorriso você emudeceu muitos violões, e como a Madalena deve ter ido para o mar e deixado outros a ver navios e a se perguntar: será que Cristina volta?

                Lembra Angélica que conta tantas histórias? Você herdou dela este dom maravilhoso de contar fatos. De Beatriz nada tens, és autêntica, não a imagino atriz. Quem sabe a Iracema, voando para América? Afinal ela queria estudar canto...  E como Cecília deve ter inspirado muitos poetas, assim como a Teresinha que tantos “presentes” recebeu e encantou-se por aquele que nada lhe trouxe. O hábito de fumar vem de Rosa? De Bárbara só a viuvez.

Nada encontrei em Ana de Amsterdam,  Geni  ou Lígia que me lembrassem você, mas confesso D. Zélia que se alguém fosse capaz de dizer de você a grandeza de sua alma, a sabedoria que carregas neste ser amigo, este alguém seria o “meu” Chico Buarque, desculpe Rosa Pena, mas se em seu texto ele é seu, aqui posso tê-lo só para mim. Hoje me recordas Januária, todos querendo homenageá-la e você, com um sorriso nos lábios aceita com simplicidade sua grandeza.

Ah, mas, por favor, não seja mangueira, como Chico (ninguém é perfeito, nem ele) e a Rosa. Lembre do azul e branco da Portela, que lindo! E me jura que nunca vai parar de escrever, mesmo que não goste de sua nova “biografia”, ainda não autorizada.

 

Zélia, esta é um tentativa de agradecer-lhe pela agradável surpresa que me fizestes. Sei que não consegui ser tão brilhante quanto você, mas me esforcei e usei o Chico porque para mim ele é o ÍCONE de nossa música. Um afetuoso abraço. Boa tarde!

 

 

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 02/08/2008
Reeditado em 02/08/2008
Código do texto: T1109632
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