RÔMULO E REMO

RÔMULO E REMO

História verídica, acontecida no interior do Paraná. Conta-se que viviam na pequena cidade, dois gêmeos. Cresceram juntos e como todos os gêmeos vestiam-se sempre iguais. Até parentes próximos os confundiam. Cresceram, estudaram, sempre juntos.

Entretanto, não sabemos por quais cargas d’ águas, Rômulo, um dos irmãos, resolve ir embora da pequena cidade. Foi atrás da notas verdinhas dos americanos. Achou que no Paraná não ia fazer nada. Ele queria crescer. Melhorar de vida. E foi...

Remo o outro irmão ficou para ajudar os seus pais que era gente muito humilde e moravam na periferia daquela cidade. O tempo passou. Rômulo acertou o pé nos EUA. Aprendeu falar inglês e agora era gerente de uma grande empresa americana. Sempre mandou dinheiro para os velhos e para o seu irmão que pretendia levar um dia. Eles sempre se comunicavam via Internet. Os dois continuavam iguais. Mesmo porque, a cada jaqueta que Rômulo comprava, mandava uma igual para o irmão.

Remo comprou um carro e começou a sair pela noitada. Bailes, bebidas, mulheres, etc.Ele era boa pinta, e arranjou muitas namoradas. Não perdia bailes na região. Gostava muito de vaneirão. E dançava muito bem. Parecia um gaúcho.

Remo agora estava com 27 anos e muito feliz porque iria completar 28 anos na semana seguinte. E começou a planejar uma churrascada. Tinha que festar porque era a primeira vez que o irmão viria para passarem juntos as suas datas natalícias. Ainda quando corria atrás da preparação da festa, Remo bateu o carro de frente com uma carreta que ia para Londrina, morreu junto com a namorada. Não pode nem ver o seu irmão que estava chegando. Foi impactante para a cidade toda. Remo era muito conhecido. Rômulo chorou muito no velório. Remo pretendia anunciar o seu casamento no dia dos aniversários.

Enquanto isso, do outro lado da cidade três pedreiros trabalhavam no túmulo do infeliz falecido.

- Vamo vê se acabamo logo, Tião, acho que vem chuva! – disse um dos predreiros.

Mas os três estavam muito devagar. Acentavam um tijolo, paravam, pitavam os seus cigarrinhos de palha. Davam risadas.

Rômulo muito nervoso resolve dar umas voltas pela cidade e sai do velório e vai até o cemitério para ver o andamento do trabalho da funerária. Quando chega ao túmulo que seria do seu irmão os pedreiros nem notam sua presença. Estavam sentados sob os tijolos. Desligados de tudo. Ele então resolve gritar:

- Como está o meu túmulo aí?

Nossa! Os pedreiros quando o viram, estalaram os olhos e gritaram:

- Meu Deus do Céu! É a alma do Remo. E saíram em desabalada carreira.

Theo Padilha, 31 de julho de 2008

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 31/07/2008
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