BANANA VERDE E ROSA MADURA

BANANA VERDE E ROSA MADURA

Marília L. Paixão

Ainda não desfiz as camas, mas o bolo de banana verde terminei de comer nesta tarde e estava tão bom! Todo carinho é bom! Toda manifestação de afeto merece ser glorificada. Obrigada. Mesmo tendo sido enganada lightmente sem limão, eu agradeço a gentileza e a intenção verdadeira. Aposto que vocês ainda nem chegaram à cidade infernal onde todos desejam ir para os Andes e acabavam indo parar nos states.

A vida é assim feito um pé de coco virado para um seis ou para um oito. Não consegui acertar sequer uma quadra da mega-sena. Que pena! Ainda bem que não leio horóscopo. Pelo menos me sinto bonita, muito mais bonita que qualquer cão. Portanto não me comparo a nenhum cachorrinho ou gatinho, sapinho ou bruxinha. Mas não é que parecia que tinha um diabinho me beliscando ontem?!

Acho que o que contaminou meus olhos foram as belas moças ou os belos rapazes dos filmes. Tem dias que nos sentimos todos bonitos. Olha como você é bonito! Olha como você está bela! Toda bem vestida, bem penteada e perfumada! Será que já estenderam o tapete pela estrada?

Maria Olímpia falou que chora se alguém beijar os olhos dela. Vamos todos nós beijar os olhos dela caso ela chore e nos conte ou só vale para o que estiver bem próximo quando ela estiver chorando? Lembrei-me de um poema meu publicado numa antologia de poetas brasileiros, número 45. Dei ao poema o título “Da incompreensão para a beleza” e nele eu disse: não chore, Maria, que a dor primeira passa mas leva anos. Não chore uma dor que milhões virão, nenhuma em vão...

É por isso que também resolvi adotar um remédio bom para este final de recesso escolar: não ler jornais. Bom seria poder ficar de papo para o ar... Mas deixar o ar bem leve. Evitar pressões ou impressões virtuais cheias de prosas perigosas. Melhor um vinho tinto. Pode ser semi ou seco desde que em boa companhia. Gosto de te imaginar feliz da vida. E te ver é quase te desenhar uma felicidade feita por minhas próprias mãos.

Eu estou dizendo que o mundo é pequeno por mais que dê muitas voltas. Eu estou dizendo que a alegria e a tristeza passam pela mesma porta. E de bolo de banana eu só entendo do sorriso que veio junto enquanto eu escolhia um pedaço do bolo que por amor foi comprado para uma amiga. Ela estava retribuindo a flor colhida por você.

Mereci um pedaço por ter fotografado. E não é que a banana estava verde de fato?!

Mas e a rosa madura não continua linda? Tão fresca como uma fruta gostosa, que tal uma manga rosa ou prefere uma manga espada? Eu ando quieta não mais escolhendo nada. Olho maçãs na fruteira e cheiram todas bem, meu bem! Tomei até um chá emagrecedor que me convém! Quando é que você vem?

Estou lendo sobre as folhas de sene, porangaba, graviola, carqueja, melissa e malva.Tomara que a banana verde não me prenda ainda mais o intestino, amor. Não quero saber dos jornais não lidos nem nesta hora, que até que é uma hora que combina com as notícias. A cara da gente já fica com uma cara delinqüente ou com uma cara de quem está perdendo um dente.

Será que tem alguém perdendo tempo comigo enquanto perco amores? Falei que minhas fotos ficaram prontas e fizeram certo sucesso entre as pessoas que me olham com os olhos do coração? Depois mandarei para a Dona Ruth, senhora minha mãe, uma versão completa da coisa toda, sem queijo, é claro! Toda mãe adora ver fotos de filhos! Para elas, as fotos são brilhos!

Quanto às bananas verdes, são perigosas. Mas são boas fritas em fatias finas! Quanto às rosas maduras vão ficando cada vez melhores com a idade. Macia idade. Idade boa para todo tipo de colheita. Não há receita certa para que nenhuma pétala permaneça eternamente bela. Mas se você deixar cair na palma da mão verá que é terna. Sendo assim, toda beleza do amor pode ser eterna. É assim que te amo!

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 29/07/2008
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T1103538
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