SERÁ BRASILIA, A ILHA DAS SEREIAS?
Acordei no Planalto Central.
Na frente de minha janela de vidro, o horizonte de Brasília, deitado no lago Paranoá, parece me abraçar.
Meus olhos plainam com a direção do vento e passeiam no céu de Brasília.
A velocidade dos carros no Eixão dá carona aos meus sentimentos, dando-me a impressão de que Brasília grita por um mar.
No céu de Brasília, posso voar.
No céu de Brasília, encosto as minhas mãos.
No céu de Brasília, caminho sobre os telhados e invado cada janela à minha frente.
Em Brasília, parece não ter gente.
Mas Brasília tem árvores, mangueiras e jardins onde os meus olhos, o meu corpo e minha alma podem descansar.
Em Brasília, esqueço os seus "podres poderes" seduzida por sua beleza.
E nunca me canso de achá-la bela.
Confesso: Brasília envelhece e a acho ainda mais bela.
Será Brasília a ilha das Sereias?
Não tapei os meus ouvidos aos seus cantos e seus encantos estão ardendo dentro de mim.
Não moro em Brasília. Mas Brasilia mora em mim.