Um certo Zé Bravo!

“Você se foi/o meu querido amigo/ vagabundo...” Daqui a algumas linhas Zé Bravo já estará morto. Fala-se que por motivo de queima de arquivo. Ele foi encontrado furado de balas na cidade de Curitiba.

Zé Bravo era um artista, tocava violão, gostava de andar bem arrumado. Era um menino boa pinta, apesar de ser meio estrábico. Ele se achava um Fábio Júnior. Zé gostava de cantar a música Tributo a Jimmy Hendrix. Ele tocou muito tempo na Igreja Católica, com o grupo de Telecistas. Todos os domingos lá estava ele abrilhantando as missas com as músicas de Antonio Marcos ou Roberto Carlos. Ele era tão querido pelos párocos que ganhou até um conjunto novinho. Com guitarras, bateria e tudo. Com Alexandre, Cesar, Zezito, formavam os Beatles tavorenses. Sempre lá estava o Zé nos bailes da região.

Nos dias de folga Zé cantava nos bares. Principalmente no bar do Luís Bonamigo.

-“Imagine all the peoples!” dizia ele.

Ele sempre começava, mas nunca terminava as letras. Talvez não decorasse a letra ou as posições do violão.

Certa vez ele disse que iria entrar para os “ 3 do Rio” e formar os “4 do Rio!”

Zé fez de tudo. Quando ia fazer serenata para alguém, podia ter certeza que sumiriam algumas galinhas. Moleque levado. Certa feita Zé foi para a Efapi de Santo Antonio da Platina. Gastou todo o dinheiro e não achou carona para voltar. Sabe o que ele fez? Pegou um Taxi e veio às 3 horas da manhã. Zé vinha pensando. A sua mãe não teria tanto dinheiro. Quando chegou na cidade teve uma brilhante idéia. Mandou o carro parar na casa de um vizinho rico. “O senhor pode parar aqui!” disse para o taxista. “Vou pegar o dinheiro com o meu pai!” o coitado do homem ficou esperando. Enquanto isso Zé já havia pulado 4 cercas e já estava dormindo na sua caminha gostosa. Intrigado o taxista resolve bater na porta. Um senhor de idade abre a porta.

-“Pois não!?” –

- “Eu fiz uma corrida para o seu filho e estou esperando para receber os R$ 50,00!” O senhor pediu um minuto e foi acordar o seu filho. –

-“Fulano!, você veio de táxi?”-

- “não pai, eu não saí de casa?”-

Que Deus tenha perdoado os seus erros...

Theo Padilha, 26 de julho de 2008

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 28/07/2008
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