FAZER AMOR

 

            O que é fazer amor? Meu amigo escritor ("crontista") e leitor Manuel Oliveira me fez esta pergunta em seu comentário no texto “Cronicamente Prazeroso”, lá ele elenca algumas formas de fazer amor o que me estimulou a escrever esta crônica.

Você está certo meu amigo. Fazer amor não se restringe ao ato sexual. Fazemos amor de mil maneiras. Quando há cumplicidade, fazemos amor sem toque, sem sexo. Fazer amor é muito mais que o encontro de dois corpos, o toque entre duas pessoas que se querem. 

            É olhar o outro e sentir-se feliz por ver em seus olhos o amor refletido, é
explorar as veredas do ser, é uma alma desvelando outra alma, penetrando nos escondidos da outra que se despe desvendando véus, descobrindo profundezas.

 Fazer amor transcende a sexualidade... É a descoberta da felicidade em poder observar o andar especial do corpo amado. É sentir prazer em sentar ao lado do amado apenas para ouvi-lo falar, rir, contar como foi seu dia. É vibrar de emoção ao ouvir o telefone tocar e saber que é ele que está ligando. E sentir sua mão suave segurar seu braço para ajudá-la atravessar a rua, mesmo sabendo que você é capaz de fazer isso sozinha. 

            E sentir-se nua diante de seu olhar ardente ao voltar de uma longa viagem. É fazer um carinho rápido com olhos que prometem mais. E despedir-se com um longo beijo cheio de promessas sensuais. É sentir os olhos rasos d’água ao lembrar um gesto de carinho, uma frase dita ao acaso, mas que tocou fundo em seu coração.

Na arte de fazer amor todos os sentidos são importantes. As mãos revelam, exploram, os olhos falam os desejos da alma, a boca degusta os sabores especiais deste momento, os ouvidos gravam os sons, que nunca serão esquecidos e como tatuagem ficarão gravados na memória afetiva de cada um ao recordar os cheiros exalados de seus corpos.

Fazer amor é Ressuscitar! É renascer no novo abraço que aperta na medida certa do proteger, afagar; no beijo que cala o grito prazeroso, nos passos dados em direção aos degraus celestiais que levam ao gozo. Neste momento vale todos os sons: choros, gemidos, urros, gritos e até silêncios, porque os amantes já realizaram o milagre do encontro e chegaram ao paraíso, onde o som transforma-se em melodia e serve de fundo musical para as almas saciadas. É o êxtase. A paz que se segue a explosão. A serenidade que abre as portas da eternidade.


* Imagem pesquisada no Google.

 

 

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 26/07/2008
Reeditado em 25/02/2014
Código do texto: T1098907
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.