Sim ao amor, não ao casamento...

O mundo é uma contradição ambulante e o é por conta do coração inquieto do homem (e da mulher). Um coração que é tão ambíguo do que o crepúsculo da noite (ou da tarde). Um coração que se sente atraído pelas beneficies do mundo afetivo, mas que rejeita veementemente as obrigações que este lhe pede. Quer os direitos, mas rejeita dos deveres. Quer o colo do amigo, mas não quer dar o ombro ao amigo. Quer o colo da amada, mas não quer dar o ombro para a amada.

Parece que a idéia de Platão (amor platônico) tem imperado com força na sociedade contemporânea. O amor platônico é aquele sentimento que é prazeroso de se falar (um falar distante), mas algo traumático de viver porque exige o toque com a realidade próxima. A diferença entre realidade e poesia é que a primeira contempla a vida como um todo enquanto a segunda contempla só a parte que nós escolhemos. O amor é pilar da poesia, mas o amor é apenas uma das colunas do casamento...