PAZ: AUSÊNCIA DE GUERRAS?
Tal como a luz brilha com mais vigor quanto mais densas são as trevas, o sentido da paz tem se destacado de forma extraordinária no cenário mundial. Enquanto guerras, violência, pobreza, medos promovem a degradação e corrupção do homem, ONGs, religiões, entidades governamentais e instituições de ensino discutem uma política que seja capaz de inverter esse processo.
A mídia traz diariamente a público as investidas e os projetos de entidades que enfrentam o problema. A maioria dos encontros realizados e debates têm discutido a promoção da paz numa dimensão sociológica, levando muito mais em conta as relações interpessoais em detrimento das intrapessoais.
A ausência de guerras e violência não pode descrever de forma eficiente o significado da paz: com o perdão do paradoxo, uma pessoa em paz pode estar em guerra; e, em contra partida, uma pessoa em guerra pode estar em paz. Logo este sentimento, ou estado de espírito, está mais relacionado com as questões subjetivas.
Resolvido o problema das guerras, da violência e da pobreza, não necessariamente estará resolvido o problema da paz. As pessoas continuarão deprimidas, pois ainda haverá um vazio no coração e o envelhecimento irremediável do organismo trará à luz a efemeridade da vida terrena.
A própria psicologia, por exemplo, tem mostrado que muitas vezes o câncer e outras doenças de origem psicológica são, na verdade, um meio utilizado pelo organismo para dar cabo da vida. Há um vácuo no coração que não deixa que a paz se manifeste em sua plenitude, mesmo que os problemas que dizem respeito às questões exteriores sejam solucionados.
A verdadeira paz, não a superficial, mas a que começa no âmago do ser, só é possível quando as chagas espirituais são sanadas. A cura começa de dentro para fora e, quando se completa no meio interior, reflete-se também no meio externo.
A quem se pode comparar o homem sem paz? A um ramo que se desprendeu do seu tronco original e se prendeu a um outro qualquer. A seiva que circula em suas veias não supre todas as suas necessidades. Só o tronco original produz a seiva que destrói a amargura interior e adocica as relações externas.
Quem é o tronco, senão Deus, o Criador? Ele é a solução – a Paz da qual o mundo precisa!