AMEI ESSAS PRIMEIRAS PÁGINAS
AMEI ESSAS PRIMEIRAS PÁGINAS
Marília L. Paixão
Não. Eu não posso falar com você. Estou lendo “A doçura do mundo”. E seus e-mails não respondi por que estava procurando minhas chaves por este mundo. Desde sábado que as perdi. Foi-se embora mais um chaveiro de Nova York. Sempre que perco minhas chaves ninguém as devolve.
Se posso agora?! Estou no prólogo do mundo.
Vou começar o capítulo um. Posso dizer o tanto que amei essas primeiras páginas. Já sei que do capítulo um ao último estarei presa a este livro. Quem sabe descobrirei um atalho entre eu e você na doçura do mundo.
Quando é que um livro nos desperta a sede da leitura? Eu já temia essa simpatia. Já tinha sentido essa paixão pelas letras da autora de “A distância entre nós”
Foi por isso que ao comprar o livro o deixei bem guardadinho a espera deste momento.
Pensei: será mais um livro que merece ser saboreado e não lido ao acaso. Nada mais tenho a dizer se sequer iniciei a parte um. Terminei o prólogo. Deste instante em diante pertenço a autora. Não venha me tomar de Thrity Umrigar, antes que eu saiba da doçura, de tudo que se trata.
Não fique com raiva. Também adorei a letra da música mandada. Adoro esses dias em que corro de degrau em degrau enquanto o elevador está sendo instalado. Desenferrujei as dobras dos pés e das pernas. Se aumentassem os degraus eu já os subiria, mesmo estando sempre mais próxima do chão que do céu. Ainda quero provar de muita doçura do mundo. Fique doce enquanto leio. Ou faça o mesmo: leia.
A doçura da espera. A doçura da chegada à hora da sua vez. A doçura de quem faz ou quem fez. Coloquei um pente na página em que parei para lhe escrever essas linhas. Penteei os cabelos da vida depois dos sete andares. E quando os desço alcanço o mundo nada doce, nada brusco. Voltarei para as páginas. Assim como a doçura do mundo, elas merecem ser amadas.