COMO? ESQUECI... (ou uma crônica sobre nada)
Li na porta de um consultório: ESQUECI, se você diz isso mais de uma vez por dia procure um médico. Eu digo, mas esqueço de procurar o médico. Meu filho disse que preciso andar com um colar com nome e endereço por que qualquer dia esqueço de voltar para casa. Exagero, mas sou mesmo muito distraída, desligada, ou sei lá o quê. Não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo. Ou assovio ou chupo cana.
Não era sobre isso que eu ia escrever, mas agora não consigo lembrar sobre o que era e pior, não me lembro de nada interessante que eu esqueci e que possa fazer sentido o bastante para virar crônica.
Eu poderia contar que esqueço o dinheiro quando vou fazer os pagamentos, ou que levo o dinheiro e esqueço os boletos, que saio sem ligar os faróis do carro, que esqueço as panelas no fogo (mas só se sair de perto para fazer outra coisa), que fico dando voltas dentro de casa tentando lembrar o que ia fazer, mas isso tudo é bobagem, a quem pode interessar?
Interessante que a gente (suponho que isso não aconteça apenas comigo) não esquece o que esqueceu... Esquisito não é? Que mecanismos acionam nossa memória? Se esquecemos de fazer as coisas por que não esquecemos depois que não as fizemos? Isso ta parecendo conversa de bêbado. Outro dia me disseram que se colocasse a aliança na outra mão eu lembraria as coisas que teria que fazer, além de não lembrar o marido ainda ficou cismado... Outro truque é dá um nó numa peça de roupa. Dei. Esqueci o motivo e pior, que havia sido eu que dera o nó, ainda fui reclamar que haviam guardado minha roupa cheia de nó.
Ah lembrei, é que amanhã é segunda-feira e eu queria esquecer que tenho aula de lógica, mas não consigo. Estudei o dia todo, quase não visitei os amigos e fui dormir bem cedo, sim porque tenho estágio às 7 h., acordei agora atordoada com um celular chamando, pensei que era o despertador e descobri que a noite mal começou. Ia falar de como detesto quem liga fora de hora, mas eu é que estou com o "conta-tempo" trocado, portanto a crônica perde a razão de ser. Como o sono parece que se despediu temporariamente, resolvi escrever. Infelizmente ele levou junto minha inspiração e isso aqui está parecendo qualquer coisa, menos algo publicável.
Sabe o que acabei de lembrar? Que mesmo sem Orkut, dificilmente esqueço aniversários, datas especiais, o que significa que sou “quase normal”. Ou não? Chega. Vou procurar meu sono. Preciso estar descansada para enfrentar meus pupilos logo cedo e minha listinha de exercício logo em seguida. Se tudo transcorrer bem amanhã à noite eu venho ler todos vocês que adoro!!!
Boa noite!
* Imagem pesquisada no fotosearch.