SERÁ QUE SOMOS TODOS ASSIM?
SERÁ QUE SOMOS TODOS ASSIM?
Marília L. Paixão
Às vezes me sinto inteligente.
Em outras a um passo de estar tudo errado.
Às vezes me sinto pouco
Pouco
Pouco
E não sonho com muito
Mas desejo o muito
Muito muito muito.
É como se eu precisasse de um muito alguma coisa
Este muito não é dinheiro mesmo eu sendo pobre
Este muito não é um brinquedo de quem pode ou não pode
Às vezes rio como um rio corre.
Às vezes choro como um mar derrama.
Às vezes sou uma pequenina chama.
Chamo por você
E se não me ouve
Chamo por vocês
Só para completar meu nome.
Este que só cresce com a presença de quem me ama.
Este que só se encanta com o mundo de te merecer.
No mais não passa de umas letras comuns pela terra.
Não quero ser pisada por cavalos ou elefantes.
Não quero ser comparada a ratos ou rinocerontes.
E verme se todos seremos não serei para não cair em paródia machadiana
Eu quero deste tempo o meu espaço sem vínculo com nenhum escritor do passado
Se tenho um ídolo o chamaria de Alanis Morrissette, mas Alanis apenas amo ouvir sem me perder de mim.
E se há loucos inteligentes e figuras sensatas dizendo coisas que jamais julgaríamos ouvir num último desabafo um me dizia assim: passe a música “american pie” assim que eu morrer. De preferência no enterro.
- American pie?
- Sim. American pie da Madonna.
- Ok. Até que é uma boa escolha.
Eu ainda não pensei em qual eu quero quando eu morrer. Mas sua morte está tão longe, meu bem. Até lá você terá escolhido milhões de outras. Mas de qualquer forma, fique tranqüilo. Anotei aqui no fundo do meu coração.
Tem coisas que a gente só fala de irmão para irmão.
Ás vezes penso que somos todos quase loucos.
A única diferença é que uns são mais felizes que os outros.
Mas quem?
Qual?
Se sempre rimos tanto enquanto felizes e nos escondemos tanto enquanto tristes.
Será que somos todos assim?