A verdade é a terra de ninguém, já o sonho é patrimônio comum à humanidade.
"(...)Ahhh, vou me filiar a esta campanha pela liberdade, mas também com a certeza que o meu maior tesão é a proximidade com o outro, é possibilidade de conhecer e ser descoberta, mas lógico, sem perder a liberdade! Adorei a linguagem fácil e direta! Beijosss (...)
Enviado por Ana Costa (não autenticado*) em 29/06/2008 09:43
Adorei a mensagem de Ana Costa, amiga de um grande e precioso amigo a quem amo de todo meu coração e com quem troco as melhores idéias...ele é, possivelmente, uma, das duas pessoas do mundo, entendem meu dialeto, que já apertaram a mão do T-REX sem perdê-la, que me dão o único amor platônico do mundo que não pode ser curado com uma foda homérica. Enfim, uma das duas pessoas do universo, com quem não sinto solidão de idéias e gostos. Que todo o resto do mundo, inclusive os meus mais íntimos, me perdoem se puderem.
Adorei a mensagem de Ana, mas discordo dela em certos pontos: Eu não tenho tesão algum na proximidade do outro, aliás, fico meio desesperada quando tem alguém "perto" demais; não quero conhecer e muitíssimo menos ser descoberta! Credo! Que mintam gloriosmente, que se digam que "super-man", que falem da possibilidade de voar! Eu juro que acredito, juro, juro!
Não há romantismo na verdade, não há maior corta tesão que saber que o outro é fraco, passível das maiores cagadas (essas sim, homéricas), nada mais patético que lágrimas (exceto as de crocodilo). Não há liberdade alguma no ato de contar tudo para o outro. E o mistério, o encantamento, onde fica? Por isso relacionamentos terminam ou sobrevivem em frascos de laboratório, quando não em pântanos mal-cheirosos, onde a verdade - que normalmente é um lixo - viceja. Somos humanos, vamos amar, vamos ser felizes à beira-mar, vamos confortar o outro com a possibilidade de ser sempre um grande momento, um grande encontro...isso começa por não se exigir do outro ser o Super Homem ou a Mulher maravilha de verdade. Isso passa pela independência e pela segurança pessoal que se tem. Os fortes, os seguros, os que caminham por sua própria vontade, os que tem sua afetividade resolvida não esperam que o outro vá derramando o saco das suas "verdades", ou seja, suas vontades, desejos e frustrações, assim como jamais o farão. Cada um aguenta o seu tranco, sua barra, apoiando-se naquele ser maravilhoso que te leva para jantar e dançar à luz de velas e que não usa cama para "discutir relação" mas para fazer amor de qualidade, num espaço restrito às fantasias, aos sonhos loucos e maravilhosos...e se tudo for regado à champanhe fracesa! Ui! Maravilha, porque cachaça, como diria Jorge Amado, só consola desgraça.
A Ana que me desculpe, sei que ela não sabe disso, até porque nosso amigo em comum não deve ter contado, mas jamais faria campanha por nada (sou anarquista convicta), muito menos pela liberdade.
Eu acredito que a Liberdade é conquista pessoal, ou se tem ou não se tem. Nenhuma campanha soluciona os casos de "eu quero me amarrar". Impossível manter a liberdade, quando "se descobre e se é descoberto", é aí onde começa a amarra, o grilhão, o gradil; é onde termina o encanto, o tesão e a esperança. Meu conselho é: não se descubram, no máximo se achem a sí mesmos, que já é um feito e tanto. Passamos a vida sem conhecer a nós mesmos! Como temos a pretensão de conhecer o outro?
A verdade é a terra de ninguém, já o sonho é patrimônio comum à humanidade.
(O T-REX sente saudade dos seus amigos e dos calorosos abraços e apertos de mão..esse tiranossauro é um sentimental!)