Um espetáculo chamado Futebol
Durante toda minha vida eu sempre joguei futebol e, independente de ser em campo, quadra, ou até mesmo peladas de rua e de praia, nunca vi uma violência igual a de futebol de televisão, é uma coisa monstruosa!
São incríveis aqueles carrinhos que pegam bem embaixo do infeliz oponente, como se fosse uma cortante feroz, e este sai embolando, se lenhando todo, rodando metade do campo num a luta incessante com o chão e quando finalmente perde velocidade e pára, ainda tem a força, a disposição, o VIGOR para num ímpeto de raiva levantar gritando:
- PORRAAAA SEU JUIZ !!!!!!
Mas no futebol também tem coisa boa, por exemplo, a solidariedade. Quando um jogador se descontrola, por algum motivo que só Freud explica, e dá um soco potente na cara do adversário que cai gemendo de dor e mesmo assim com forças para gritar “É PENALTI”, todos os amigos do “cara amassada” partem em união (quiçá em fila indiana), chegando com vuadoras, rasteiras, Hadukens e Kame Hame Rás, baixando o cacete em todos aqueles que não estão vestindo camisas iguais as suas, inclusive o juiz. Tudo isso numa rede de solidariedade ao companheiro que no chão gemendo está.
“O João tomou um pau na cara e ficou no chão: Desse jeito não vai ficar”, e assim fazem justiça com as próprias mãos. Temam os bravos homens unidos!
E pelo amor de Deus, onde está o Juiz?
Quem se importa, a torcida mesmo canta:
- Ara, Araúda! O Juiz é o quê? FILHO DA PUTAAA !!!!
Agora pelem de medo mesmo é da torcida enfurecida, que como muito de nós costumamos ver, quebram as arquibancadas, uns por cima dos outros se embolando numa mistura inebriante de fúria e calor, suor e fedor, queijo com goiabada recheado de marmelada (hum! Que fome...) e invadem o campo feito loucos correndo de um lado para o outro, se esquivando dos cacetes.... ops...cacetetes dos “polícia”, dispostos a fazerem os gols que seu time não foi capaz de fazer, injustiçados com a derrota, numa linda festa que enche os olhos, tanto de quem assiste, quanto de quem apanha.
E os comentaristas, sem ter o que fazer, tentam dar ao telespectador um ar fúnebre, com frases como “é lamentável uma coisa dessas no futebol brasileiro”, sem saber que brasileiro que é brasileiro, gosta de ver o circo pegar fogo, coloca no mudo e se diverte vendo o pau comer no centro deste lindo espetáculo, pelo avesso, é verdade, mas que não deixa de ser um espetáculo, que diverte e entretém toda família brasileira!