VENCENDO SOFISMA

Cumpre, já no início deste texto, confessar ao leitor que tenho, como cristão, observado com certo pesar as trágicas mudanças nas concepções de valores – e com certo espanto, obviamente. Talvez por estar atento a tal fato e não menos à sua legitimação (que ocorre quase dissimuladamente), cheguei, um dia desses, apático a casa. Dessa apatia, surgiu o presente texto:

– Um mal estar não físico afetava-me a estrutura do ser.

Dei lugar à meditação e destaquei daquele dia os fatos mais relevantes ocorridos. Em pouco tempo, cenas e cenas ganharam a mente. Selecionei algumas e também as expressão mais significativas para aquele check-up. Surgiram cenas e palavras vãs; estas justificando aquela e aquelas, estas – e tudo isto sob uma ótica secular.

Creio, e o leitor (a) há de concordar comigo (assim penso), que um dos grandes desafios que enfrentamos, talvez o maior, é o ajuste da nossa vida prática à vida teórica (ou ao projeto de vida). Quão horrível é falharmos nessa luta! Nessas horas, é importante sermos “humanos” conosco. Ou seja, devemos nos lembrar que, diariamente, um turbilhão de conceitos equivocados perpassa nosso intelecto; um surto de palavras preconcebidas é abortado..., as quais, não raras vezes, se alojam no interior da nossa mente, lá permanecendo incubadas, como se não existissem.

No meu caso, detectei que aquelas cenas e expressões suscitavam um embate entre a minha vida teórica e o padrão comportamental secular emergente. Na verdade, esse embate sempre existiu. O que ocorria era o fortalecimento desse último em relação àquela. Involuntária e morbidamente, eu era iludido a questionar os meus valores e as minhas ações. Conseqüência: o meu estilo de vida – embasado teoricamente – era desqualificado, enquanto sublimado o estilo secular emergente.

Desvendada a origem daquele mal-estar, reiterei os meus conceitos, estabelecendo-os em seus devidos lugares. As idéias profanas, não mais ocultas, foram flagradas na sua maldade. A paz reinou novamente.

Tudo isso prova que as maiores lutas que enfrentamos ocorrem no silêncio da nossa mente. O inimigo prefere agir em secreto, buscando não ser percebido. É especialista em persuadir com ilusões. Uma das armas que temos é a meditação, pois lança luz no recôndito da alma. Em contra partida, o maior aliado dele é a inclinação da carne para o lado sombrio. Significa afirmar que somos traídos por uma parte constituinte do nosso ser. Ela se une ao “inimigo”.

Sabendo disso, quão importante é alimentarmos o nosso espírito no maná (Bíblia, VT, Ex 16.11-21) da Palavra de Deus! Afirmou certa vez Jesus, quando tentado por Satanás: “Está escrito: ‘Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’” (Bíblia, NT, Mt 4.4). Ele sabia que pão, embora importante à sobrevivência, jamais se equipara à eficácia da Palavra do SENHOR, a qual, se a buscarmos e amarmos, se nos embalarmos nos fortes braços que possui, fortalecerá o nosso “homem interior” (Bíblia, NT, Ef 3.16) e nunca mais seremos vencidos. Ainda que tenhamos que lutar contra inimigos gigantes.

Denílson Nunes
Enviado por Denílson Nunes em 16/06/2008
Reeditado em 16/06/2008
Código do texto: T1037544