Baixa a Marilyn, bate cabelão.
Hoje estava conversando com uma pessoa do sorriso invertido, como eu. Falávamos de máscaras, unhas, presas, garras e asas. E do bom uso que se pode fazer delas. Falávamos, por que falamos uma língua muito parecida e por que ele entende meu dialeto.
Sustento a tese de que estamos numa selva e que somos presas e predadores...mesmo o leão, quando sozinho, teme um bando de hienas. E as leoas, se estiverem em desvantagem (1x3 ou 2x6), abrem rapidinho, para que as gargalhantes hienas lhes roube a caça. Qualquer semelhança com a sociedade humana não é mera coincidência.
Pois bem, falávamos agradavelmente da necessidade de usar máscaras eficientes para o trato com as pessoas. Raramente podemos nos mostrar como realmente somos, por um motivo bem simples: os outros não aceitam a nossa versão demo. Temos que ser editados, passados pelo fotoshop para que os grupos com quem somos forçados a conviver, até para ocupar espaços sociais, nos aceite.
Vejam bem, eu estou falando da sociedade, dos lugares "civilizados", onde se "usa black-tie". Alguém vai demonstrar do seu medo pessoal ou sua fraqueza no escritório ou mesmo numa festa? Evidente que não, nem cabe; ou isso será usado contra você ou, no mínimo, vão tirar sarro da tua cara. Alguém vai se fazer íntimo do cara, muito bonitinho e bem falante, que senta ao lado no curso, no cursinho ou na pós? Vai nada; e se ele for traficante?. Alguém vai na boate esperando senão encantar quem está observando? Coisa nenhuma; rebola-se, baixa a Marilyn, bate cabelão.
Só podemos ser nós mesmos dentro do nosso quarto, com as duas pessoas mais íntimas, e arrisca que eles se façam de desentendidos. Afinal, quem quer ver o que somos realmente? Quem tem medo de Virgínia Woolf? Who Wants To Live Forever?
Conversa mole. Ninguém quer ver o nosso Retrato de Dorian Gray. Assim, não para atacar e sim para nos defender, usamos máscaras que dêem a impressão exata do que queremos dizer e não de quem realmente somos. Por que as pessoas querem ouvir o que temos a dizer, mas com o efeito certo, com a máscara que elas suportam.
O que não se pode e nem se deve é levar a sério essas máscaras que usamos, por necessidade. Esteja com a máscara do Zorro, mas saiba exatamente quem é você, o que você quer e não assuma que é o Zorro (nem o Mariyn Manson) por que fora de Hollywood eles se esvanecem e você só consegue é ser ridículo. Máscaras são acessórios e não pele. Guarde sua pele para os que apreciam a verdade, aos demais, o que querem: máscaras.
Presas, garras, olhar de predador? Mas, é lógico! Desde que usados com sabedoria. Quem não gosta de ser seduzido por um predador noturno, com presas afiadas, uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel, conforme Caetano ?
Presas, garras e olhar de predador, só para se defender e nunca para atacar. Por mais que se ache "lindo" uma pantera negra, as pessoas só acariciam gatinhos (que, aliás, têm garras afiadíssimas e dentes pontudos). Assim, as garras são usadas para defender a "presa" de outros "predadores" e não para se estraçalhar o coração da vítima. Corações são órgãos que não se regeneram, uma vez destruídos serão marcas do mal e possíveis bombas-relógio que explodirão na nossa cara vinganças terríveis.
Aliás, aviso: quem conhece sua força não ataca. Só os fracos acreditam que a melhor defesa é o ataque, aliás, de furto, na traição, de forma covarde.
Quem sabe lutar não briga, dizem os adeptos do kung-sei-lá-qual.
O T-REX concorda. Ele voltou, estava comendo incautos...tsk,tsk, esse Tiranossauro!