DEUSES, ESPELHOS... E UM MANIFESTO

* Neste texto contem palavras de baixo calão e/ou pejorativas.

"Nada queremos de um mundo

No qual a garantia de não

Morrer de fome se troca

Contra o risco de

Morrer de tédio..." (Raoul Vaneigem)

...Na fome, o tédio é saber-se humano.

...Nas drogas ditas proibidas o ilícito é o próprio sistema, que dependendo do momento de como condena, incita/contracena/cenas que encena o cotidiano das mais variadas mesas/destreza de quem só visa o controle das massas e o lucro fácil.(Von Halfeld)

Sem ser partidário ou adepto das profundezas do inferno, observo que o combatido satanás, já anda merecendo de nós certas desculpas, tamanha as injúrias contra o seu nome, oriundas desta prostituta, insana, covarde, arbitrária sociedade que criamos.

No fundo pode se ver, que para fugir da responsabilidade de explicar a alma de nossas reais sujeiras, nos apresentamos humanos, créditos estes tão desumanos por entulharmos nossas personalidades de falsos verbos, vergonhosos impropérios no escandaloso esconde-esconde do verdadeiro quem é quem.

Debaixo dos tapetes, nossas cagadas, nossas ficções, lembretes ociosos de nossas diversas utopias, todas afinadas invariavelmente com a vaidade e a mentira. Por tudo isto, como se fosse possível despistar, o demo foi eleito como bode expiatório, o consorte predatório, sendo constantemente bombardeado/caluniado de articulador perigoso, vilão poderoso, o asco em pessoa, o imundo, aquele que sorrateiramente engana/atenta, o maligno horroroso que arrebenta, o feio, o falso bonito, o que rasteja. Dependendo da necessidade, corpo curvilíneo, bunda empinada, belas tetas ou então, luzidio macho, o grande grosso falo, fraturando pueris corações e ardentes bucetas. Mas se analisarmos com frieza, douta paciência, descobriremos em cada ser humano (sem a trama das aparências), graus reais e variados de um grande mercado generoso, viciado em coincidências e cronicidades mentais.

Se seguirmos atentos da humanidade seus rastros, teremos a certeza e o conhecimento da torpesa de suas sinonímias inviáveis.

Há muito tempo convivemos com a sinergia de um desbragado consumismo, erro capital do capitalismo, lirismo sanguessuga de uma luxúria desmemoriada, anti-planetária, onde lacônicamente "só me interessa o que não é meu" ou então salivados pela contaminação sem volta, nos sutis bafos/braços, perigosos abraços/laços do poder.

Nos tornamos uma sociedade permissiva/fria/calculista, que consente em sua essência, uma efervescência doentia, por onde o consumo transmuta-se em insumos das mais variadas formas/fôrmas de totalitarismos, terrorismos, genocídios sociais. Neste veneno, o incremento estereotipado de almas condenadas, amordaçadas por doses contínuas, quase homeopáticas, conduzindo a uma prática ritualística para qualquer tipo de devedor, a dor hepática persistente de cansados prometeus. Assim como os pesados escombros sobre ombros deste louco vai e vem crônico dos sísifos modernos.

Nestes estriônicos e professorais leros-leros, quantos "ghettos" foram criados, neles seus criados/bestas dos corações dançados, tornaram-se verdadeiros e majestosos atletas teleguiados, por seus potentosos arremessos olímpicos de tempo perdido.

Espalhados por aí, quantas tribos orientadas "no eu insisto em me foder," castas a cata de cascas de feridas incuráveis do ego. Neste eco, a sonoridade repetida, articulada da submissão, a grande propaganda "merda com cheiro de lavanda", estocadas nas casas/casamatas da ignorância.

Ora! Na transição do nada com coisa alguma, o sistema teima em seus postos chaves, na distribuição do insolúvel, dança consistente das querelas, por nos traduzir como marionetes (em grande parte verdade), pela facilidade de nos empurrar goela abaixo seus falsos discursos, qualquer rumo/resumo que lhes interessa. Entre tantos exemplos, olhemos entretanto, os terríveis confrontos, o assombro das variadas guerras formatadas, onde esta história fantasmagórica demonstra a genética doentia de seus mentores. Todas elas sem sombra de dúvida, sobre a vivência de suas mentiras explosivas, que hoje assustadoramente abastecem mísseis com suas ogivas recheadas de interesses expúrios , dueto perigoso entre o capital e o terror.

Poderemos citar desde as loucuras do império romano, passando pelas cruzadas em seu religioso cancro, como a inglesa guerra do Paraguai ou então as napoleônicas, a I e IIª Grandes Guerras, as da África, Baia dos Porcos, Timor, Afganistão, Kosovo, Iraque I e II, etc, todas patrocinadas/caras lavadas, do banditismo internacional que se arrasta geração após geração, não importando a época.

Nas cidades, hum... o pum político, onde um outro tipo de guerra, social meleca, proporciona a amostragem severa de um peculiar assalto/cadafalso, quando qualquer obra dita de "interesse público", soterra em público corações e mentes, desalojando hoje, sementes ditas atrasadas, ontem plantadas no "agora caminho do progresso".

Quanto choro preso, quanta revolta contida mediante os monstros do poder dito designado/voto alienado, que vira e mexe volta com suas medonhas facetas.

Neste momento crucial, um gravíssimo problema está sendo cozido em banho-maria, onde resoluções honestas já deveriam ter sido tomadas na proteção urgente do nosso planeta. Estamos entrando na faixa limítrofe/índice para as absurdas mentiras, no não fazer nada, das falácias programáticas, tentando minimizar o que está por vir. Já se sabe que grupos de diversas empresas inter-continentais, começaram a se organizar globalmente, no intuito insano de se aumentar o efeito estufa, para que certas regiões como a Sibéria, o Alasca, se tornem temperadas (clima), e assim seus ricos subsolos possam ser explorados com recursos financeiros menores. Mesmo que para isto aconteça o genocídio total dos animais polares, que ilhas inteiras se afoguem pelo volume do mar (jóias incrustadas na Micronésia e Polinésia), como também países que irão se torrar com temperaturas constantes acima de 47º, que terão seus recursos hídricos, flora, fauna, assim como sua agricultura totalmente destruída.

No rastro/fardo do nada com aparência de alguma coisa, encontramos as passadas mambembes da Rio 92, do Tratado de Kioto, mais ao fundo bem escondido lá no fosso, aí sim, o cú de nós... os outros. Portanto, está passando da hora de nos unirmos/objetivos, na implementação urgente do bem comum, através de uma simbiose orgânica, umbilical, afetiva, transcedental com o planeta, onde teremos de substancialmente/honestamente reavaliarmos como seres humanos, animais decanos genéticamente plurais, conscientes de nossa interdependência absoluta com a natureza.

Talvez nossa indolência/aquiescência/fraqueza, esteja imbutida na certeza de que após a morte exista um paraíso nobre, universo paralelo aconchegante ou então por convivermos com o medo/seio de nossas carências afetivas/aflitivas, onde a história comprova com provas, que o ser humano/rebanho, sempre foi usado/súdito sodomizado, melancolicamente fácil, escravo de deuses, deusas, reis, rainhas, diversos senhores.

Nas logísticas dos consultórios/confessionários, confeccionam-se os óbvios, dança dos segredos com seus patéticos enredos, hora vivenciando depressivamente lombos calejados, hora mostrando músculos rígidos dando cobertura a punhos fechados, no isto e aquilo, na cara, no plexo , na vida dos outros. Êta civilização de merda!!! Quantos marcos/marcas de chagas terríveis onde a educação verdadeira é pisoteada, sujeira patriarca/matriarca/kamikases na vanguarda de todos os males.

Em todo o planeta a falta de franqueza, hoje soberba pela quantidade, tatua no indivíduo uma personalista dificuldade, falta de vigor/coragem, de se combater com um senso crítico, forte, gutural, honesto, positivo, certas propostas sociais, com certeza algumas delas, bostas contaminadas que infestam o dia a dia.

Se não mudarmos urgentemente através de uma precisa, potente virada de mesa, ao som estridente de todas as cornetas, certamente estaremos velados/velando no deserto/decerto aos pés de rasas sepulturas, cracas desnudas, onde veremos/conviveremos, com filas enormes de zumbis filhos das putas, corroborando acintosamente nesse injustificável, terrível, oclusivo, suicídio coletivo.

Na história da humanidade está mais do que demonstrado, que nos tornamos as piores pragas, as doenças, o descontrole, que ataca descaradamente toda a vida que sustenta o planeta. Hoje somos a soma do que há de pior do terrorismo ambiental. No encalço da raça humana é fácil observar a tal dita "evolução da espécie" que se alicerçou no rancor, produzindo sofrimento dirigido contra si mesma como também aos seus descendentes (na atualidade, inchaço de gente). Quanto à educação, vemos que o consumismo tornou-se um labirinto sem saída, na tentativa de ocupar o vazio de cada um. Somando a isto tudo, ainda é possível observar as grandiosas farras das drogas lícitas/ilícitas, ocupando seus espaços/nacos da alma, com seus tentáculos na psique.

No comércio dos espíritos perdidos, quantas famílias vencidas, com suas comidas artificialmente coloridas, ofertando desbragadamente açúcar/kama sutra glicosado, para foder e calar a boca dos filhos, possíveis doutores/tradutores desta carência/aparência festiva desses aglomerados geneticamente compatíveis e seus intermináveis crivos e soslaios. Quantas imagens e semelhanças/lambanças espalhadas por aí, na culpa escrachada de que cada um cria/recria seus fantoches acidificados.

Infelizmente hoje os indivíduos estão se tornando gerentes particulares de perigosos caldos de cultura disseminado por todo planeta, tão perigosos e acintosos por onde se impera as danças macabras/pirraças dos piores interesses. Nossa intransigência/demência se apresenta caricaturalmente quando nossos olhares/cabeças para baixo, postura covarde tipo lacaio, ficam incólumes/fecais coliformes diante das extensas queimadas que ostentam o verdadeiro fogo do inferno, clero de nossas ações demoníacas para desespero visceral da biodiversidade do planeta.

No currículo/umbigo da espécie humana, pode ser diagnosticada as marcas das perversidades/assiduidade que agride ao bom senso/veneno cruento por nós espalhado em todos os cantos.

O caminhar da humanidade está manco, claudicante, cada vez pior. Nessas passadas, o inusitado dos trancos/barrancos onde passou a se apoiar o perverso, o grotesco. Por este enredo que mete medo, as fístulas exacerbadas da alma por onde se drena as sádicas, agressivas, certeiras pancadas, sacanagem estampadas nas cabeças fraturadas dos tenros filhotes de focas, sob o olhar triste, profundo, melancólico de suas mães que nada podem fazer. De resto... a pele retirada, em anexo, rostos alienados sorridentes através dos caros presentes estampados nas mais variadas bolsas e casacos.

Dando prosseguimento aos nossos propósitos contaminados, o processo irado de um incrível banho de sangue que tinge todos os mares, promovido por uma perseguição implacável às baleias, por navios ultra modernos, inferno conquistado por canhões tenores, ópera dos horrores, cantando a morte nos arpões que explodem alojados em suas colunas/lacunas profundas entre a sensibilidade e o poder.

Na trilha destes organismos patogênicos encontramos o caos e o descaso, como nos matadouros macabros onde cavalos são içados a 20 cm do chão, suas patas todas serradas (sem anestesia), do corpo separadas fazendo-os debater freneticamente, pela dor terrível, produzindo uma rápida sangria em favor de uma técnica que diz que assim a carne desse pobre animal fica macia. Existem fazendas onde se produz uma doença comestível o "foie grass", quando gansos muito jovens sofrem com a introdução em suas traquéias, de um cano rígido de PVC, que nunca mais será retirado, obrigando-os a andar e a dormir até a sua morte, com a cabeça esticada para o alto, recebendo por esta via uma alimentação altamente calórica a cada duas horas. Assim será produzido em seus fígados uma hepatomegalia (crescimento exagerado do fígado), por esteatose (infiltração gordurosa nas células hepáticas), que mais tarde será servido nos "bons restaurantes" como uma iguaria.

Quanto animais são vendidos nas beiras das estradas, ofertados como mansos, quando na realidade tiveram os seus olhos perfurados com profissionais alfinetes. Peixes-bois estão sendo assassinados por sua docilidade/nossa maldade, ao ganharmos sadicamente a sua confiança ( mãos carinhosas, contínuas, em suas cabeças e ancas),quando então lhes são introduzidos barbaramente em suas narinas, tocos de madeira ou sabugos de milho, produzindo uma morte lenta, agonizante pela falta de ar. Chinchilas e cachorros têm suas peles arrancadas ainda com vida. Na maestria da maldade encontraremos ursos em constante agudo sofrimento. São animais caçados/capturados na sua puberdade, logo colocados em solitárias onde seus pescoços, pés, cinturas e mãos serão amarrados e assim jogados de costas ao chão. Ali serão fixados onde nunca mais sairão desta posição tão agressiva, tão desconfortável. Com o tempo, escaras enormes, fedorentas, aparecerão, como também incríveis deformidades em suas colunas pelo contato eterno com o cimento, que serão produzidas estupidamente até a sua morte. Para quê tudo isto? Para quê tanta barbárie? Simplesmente pelo comércio de sua bílis, pois com o abdome a mostra, uma incisão a frio será feita em suas vesículas onde após se introduzir uma cânula para a retirada contínua de seu "precioso líquido" ( nossa auto canonização

patológica/lógica de um paraíso dos piores instintos) para então ser vendido em todo o mundo, principalmente nos países asiáticos, como fortificante e afrodizíaco . Esta tortura mais do que absurda dura em média quatro anos, quando então os ursos depauperados morrem de tanta dor, cansaço e infecções generalizadas.

Elefantes , rinocerontes são mortos para que vingue o comércio de suas presas, chifres. Tigres são abatidos para que suas patas virem cinzeiros, suas peles adornos decorativos de prostitutos de mal gosto.

Nos laboratórios ditos científicos, quantas atrocidades impostas aos animais sob o escuro/escudo de proteger "o ser humano". Nossos campos de concentração são enormes, variados, aliás nos tornamos deuses mais que qualificados por nossos próprios demônios. E por aí nunca mais ousamos perder tempo, principalmente com o que se passa na cara, no coração, ou no rabo de nossos semelhantes.

Qual seria o verdadeiro diagnóstico dessas terríveis doenças psicológicas que a raça humana carrega desde os primórdios, que além de tudo enfraquece o tudo (a família, a educação, a política), conseguindo desvirtuar sem luto, a necessidade da auto preservação?

Com certeza estamos deixando uma herança/lambança aos cuidados de nossos filhos/netos/repetecos de nós mesmos/erros trágicos oriundos desta selvagem dicotomia com a natureza.

Na falta contínua de afeto/há fetos chutando barrigas, gritando consciência, tentando se comunicar com veemência o coração da humanidade. Humana idade em tempo mais que urgente de renascimento, sem o legado/lapso de um planeta irrecuperável.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 01/06/2008
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T1015191
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