PESSOAS E PLANTAS CRESCEM COM AMOR
PESSOAS E PLANTAS CRESCEM COM AMOR
Marília L. Paixão
Fui dar uma volta pelas ruas do presente, mas lembrei do passado assim mesmo. Lembrei-me de como me desfiz dos discos que tanto me dizia sobre o amor que ali já não mais morava. O amor que nunca me deixaria, que de amor morreria...
O amor depois que vai embora jamais fica aflito. O amor enquanto ainda existe, resiste. Então você olha o amor ainda querendo gritar o seu nome, mas você acha que já não há mais direito. Sequer o seu de chorar e então você se contenta em sorrir. De qualquer forma tudo é triste. É triste ver o amor partir inúmeras vezes. São partidas sem voltas. Depois você seca a lágrima que escorre devagar. Todo amor verdadeiro dói. Dói enquanto dura, dói enquanto acaba e até depois. Parece que é destinado a doer sem fim. Finais de histórias de amor são assim. Afinal, não são só as histórias trágicas que acabam.
As bonitas histórias de amor quando terminam deixam marcas no coração como nomes em cascas de árvores. Por falar nisso minha planta está precisando de água e minha taça de outro vinho. Já repararam como abrir certos vinhos parecem como abrir-se para um parto? Para o homem abrir um vinho não é nada, mas já abri garrafa de vinho com muito sofrimento. Já tive garrafas de vinho que até desisti de tomar. Há épocas em que falta homem nesta casa. Em outras eu acho é bom quando falta. Aprendemos tantas coisas na solidão e tornar-se menos dependente é uma delas. E assim você aprende a dirigir de Salvador a Porto Alegre. Estilo Thelma e Louise.
Neste feriado eu não viajei. No último texto eu também não citei a Dalila... Rosa Pena, como também outros nomes que eu amo. Não foi de propósito. É que outros textos virão não é mesmo? Uma Susan Sarandon e uma Geena Davis neste filme (Thelma and Louise, 1991) lembram-me essas garotas mais que um banho de letras. Nada precisa estar na mesma lista ou no mesmo lugar ao mesmo tempo. Às vezes eu penso devagar, mas na maioria das vezes escrevo muito mais rápido que penso. Nunca me imaginei no México. Nunca! Mas se paro para imaginar Paris eu penso em todos vocês. Se paro para pensar em New York, eu penso mesmo é em mim.
Mas tudo bem. O Brasil está cheio de bromélias. Li esta parte do jornal de hoje enquanto dei uma passadinha no banheiro. Depois do banho fui até uma banca de jornal. Ao reparar nas revistas eu falei para o jornaleiro:
- Moço, tudo que tem nas revistas a gente lê na folha de São Paulo.
Ele balançou a cabeça como quem concorda, mas não queria que eu falasse alto. Eu tinha falado bem baixo.
Estava lá a revista veja, mas eu já tinha visto. Estava lá a revista Isto é, mas aquilo já tinha sido. É... Os assuntos estão sempre se repetindo. Quando eu demorar um pouco para voltar será bom. A vida se repete e nesta altura em que estou não conseguirei mudar muito. Mas eu quero é aumentar algumas coisas. Se eu diminuir, também voltarei. Assim como as orquídeas, bromélias e revistas, por mais que com páginas repetidas, leitores e escritores se multiplicam sabiamente e só Deus sabe como. Se eu não me esqueço deles, eles também não se esquecerão de mim. Pessoas e plantas quando interagem, crescem juntas. Um dia a Cláudia Banegas me mandou um e-mail dizendo algo parecido com muito espaço no coração dos escritores para os novos escritores ou coisa parecida. Eu sei que achei a mensagem bonita.
___________________ Este era o texto que estava no outro PC.
E agora virou THE END. Tratem de escrever coisas ótimas para eu ler quando eu passar por aqui. Meu dia ontem foi ótimo! Obrigada a todos!
Daqui para frente continuarei com meus 45 de mim para vocês! Life is great!