Sr. Daruma
Minha história favorita sempre foi a do Aladim e sua lâmpada maravilhosa. O Aladim era um menino pobre, um menino bom que queria possuir tudo. A princesa era linda e os dois apaixonaram-se.
E aparece a lâmpada maravilhosa, com um gênio para conceder desejos. O máximo que alguém podia querer. Eu sonhava com as lâmpadas que ainda podiam estar perdidas pelo mundo e pensava em quais seriam os meus três pedidos. Não podia desejar nada para o mundo inteiro, nem a morte de ninguém, o que eu jamais desejaria mesmo. Mas quais seriam meus três únicos desejos.
A vida me mostrou que muitos desejos se realizam pelo nosso próprio esforço. Basta focar nossas forças e trabalho e eles acabam acontecendo.
Outros acontecem de maneira inusitada, até assustam. Desejos mais fáceis e possíveis, mas que sozinhos não conseguiríamos realizar. O que já me fez pensar muito bem antes de desejar, pois sei que meus desejos se realizam. Não só os meus, é claro. Acredito que é algo vinculado a fé que temos em nós mesmos, na vida. Em um poder superior, chame lá do que quiser.
No ano passada ganhei um Daruma. É um bonequinho japonês, em forma de ovo, todo vermelho, com uma carinha pintada na frente. Ele é feito de “papier machê” e veste-se de vermelho para espantar o olho grande. Tem fundo mais pesado para manter-se sempre sem cair, o que significa não desistir. O Daruma é um símbolo da paciência e perseverança, realização de sonhos e sucesso nas atividades profissionais. Os olhos não estão pintados e devemos pintar um deles ao fazer um desejo e o outro quando este desejo se realizar.
O Daruma foi um monge budista que queria saber qual a verdade da vida. Ele permaneceu nove anos meditando frente a uma parede do Templo Shorin até atingir o tão desejado estado de iluminação. Assim, sua imagem ficou relacionada à esperança e a realização de sonhos.
Passei dias pensado no meu desejo e finalmente pintei um dos olhos do meu bonequinho. Incrível como é difícil desejar quando finalmente temos nossa lâmpada nas mãos.
Querem saber se funciona? Funciona mesmo. O que desejei não parou mais de acontecer.