A MENINA DE TAUBATÉ
A MENINA DE TAUBATÉ
Mário Osny Rosa
No dia 19 de agosto de 1915, nascia na cidade de Taubaté uma menina prematura pesando mais o menos um quilo e meio, filha de um imigrante italiano e uma portuguesa, era tão pequenina que ninguém acreditava que a mesma sobreviveria, de tão pequena sua caminha era uma caixa de sapatos.
Seus pais cuidaram dela com tanto amor e carinho, que ela conseguiu ultrapassar todas as barreiras de uma criança prematura e ter uma infância.
Estudou desde os sete anos na escola pública de Taubaté, até concluir o terceiro ano escolar, isso era o máximo de educação que recebia as meninas daquela época.
Sempre se destacou na escola, principalmente nos dias festivos como: sete de setembro dia da Independência do Brasil, dia quinze de novembro dia da Proclamação da Republica e finalmente dia 19 de novembro dia da Bandeira símbolo de nossa Pátria amada, isso naquela época, pois hoje essas datas quase caíram no esquecimento.
No decorrer de sua vida sempre tiveram fatos históricos, logo quando completou dois anos de idade festa do seu aniversário foi à festa do final da primeira guerra mundial, mas nem ela sabia disso.
Um dos fatos mais históricos de sua vida foi à festa dos seus quinze anos, vinte e um dias após a sua festa, eclode a revolução, que levou Getulio Vargas a Presidência da República, desse momento em diante a menina de Taubaté passa a cultivar o seu primeiro ídolo político, mesmo sem demonstrar em público tal fato.
Mas nessa época, uma moça se envolver em política era mesmo uma raridade, pois a revolução intelectual de 1922 não tinha tomado corpo na sociedade brasileira daquela época. A mulher era um ser rejeitado e tinha a função de ser dona de casa, cuidar dos filhos e do marido, não podia e nem tinha direito de se destacar na sociedade vivia no lar para o lar.
Agora a nossa mocinha de Taubaté com todos os seus predicados continuava a estudar queria um dia ser conhecida e respeitada nesse país em que o homem predominava em todas as atividades.
Seria isso possível numa sociedade machista?
Talvez pela sua teimosia e irreverência, um dia fosse ela cultuada, reverenciada até o fim de sua vida, mas tinha que enfrentar muitas divergências da sociedade do seu tempo.
Em mil novecentos e trinta e quatro, com a elaboração da nova constituinte sua atuação foi muito importante para toda a sociedade, cuja carta teve curta duração, isso foi muito lamentável.
A sociedade vivia um tempo conturbado nessa época, tivemos em mil novecentos e trinta e nove o inicio da segunda guerra mundial, como uma ditadura que perdurou até mil novecentos e quarenta e seis, nesse período a nossa moça de Taubaté vivia um tempo de muitos conflitos internos sem muita definição, nem mesmo imaginava ter a vida de sua mãe, de cuidar da casa do marido, queria ser útil à sociedade, mas para isso não podia casar, queria mesmo ser independente, ter sua idéias definir sua vida com mais autonomia, que sabe com a mudança política e agora com uma nova constituição a mulher recebesse dela o direito de ser mais livre era só o que pensava a moça de Taubaté.
Passou seus dias de glórias, lutou para uma sociedade mais fraterna, mas tudo tem seus tropeços na vida.
Nesse país tudo acontece, e logo novos problemas surgem no dia-a-dia dos brasileiros e a mulher de Taubaté fica apreensiva com a revolução de mil novecentos e sessenta e quatro, logo passa a meditar o que tem de errado nesse país com toda a sua riqueza não consegue ter uma estabilidade de governo, uma estabilidade econômica, uma estabilidade social e sermos um país com os destaques do seu Hino Nacional, quem um dia vai acordar esse gigante adormecido?
Nesse pós-período da revolução de mil novecentos e sessenta e quatro, ela conheceu governos que passou acreditar, dentre deles alguns conheceu pessoalmente em relatos que todos conhecem que foram divulgados na mídia escrita falada desse país, quando essa personalidade foi trazida ao público em mil novecentos e oitenta e três.
Até seu ultimo dia de vida, fato muito comentada, por toda a imprensa falada escrita e televisionada.
São José, 29 de agosto de 2.005.
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