AS MULHERES E AS LETRAS

AS MULHERES E AS LETRAS

Marília L. Paixão

Porque amanhã será um dia bom, passearei pelas ruas onde a Mônica Mello anda. Quero ver se sobra alguma beleza para as moças de meia idade. Quero imaginar como é que fica uma inteira cidade depois que ela passa.

Amanhã gostaria também de passar por onde passa a Maria Paula Alvim. Depois de falar das mães que não são boas vou falar só maravilhas de todas as mulheres. Onde anda a Ângela Rodrigues? Talvez também tenha apanhado de criança, pelo menos um pouquinho, como eu. Graças a Deus que virei boa filha, né mãe?! Ela está dormindo agora, mas roncou que sim.

A Zélia Nicolodi sumiu! Deve estar criando uma linda prosa, talvez não a esta hora.

A Olímpia está pensando no irmão falecido. Graças a Deus que os meus dois estão bem vivos!!! Mas este texto é só para falar das mulheres. Mas há os garotos que têm permissão para lê-lo principalmente depois de não terem gostado do último. Este vem como alívio refrescante, feito uma pasta de dente colgate. Prometo não falar da esposa do presidente. Também não há motivo nenhum. Nem para o bem nem para o mal. Aceita um sonrisal?

Eu estava tomando o meu banho da tarde e caiu sobre mim um festival de letras do buraquinho da ducha do chuveiro. Olhava para a água e caiam letras. Fui me desesperando. E o meu banho?! As letras caindo sobre o meu seio e pareciam de seda. Mas eram letras. Olhava para a água e dizia para as gotas: pára letras! Pára! As letras não paravam, mas a água também escorria. Pareciam que riam de mim. Corri e danei a ensaboar-me antes que o sabonete elas fossem tomar! Mesmo se fosse só para zoar

– Pára letras, pára! Ensaboei-me assim mesmo morrendo de pressa e com mais pressa ainda me enxagüei. Bem a tempo!

Pois as bestas começaram a cair em avalanche. Estavam cobrindo os meus seios e todo o horizonte.

Pensei em que aquilo iria dar enquanto elas calmamente estavam a se instalar. Meu Deus! Meios seios cobertos, o que mais acontecerá? Não paravam as letras de se movimentar. Cobriram também o ventre, a vagina... Será que me faltaria ar? Pelo pescoço estava de letras a passear. Estavam as coitadinhas procurando um bom lugar. E se abaixasse veria que as pernas se cobriam e me curvei para proteger o rosto. Sentia as letras a me cair pelos ombros. Foi assim que tive que parar de citar o nome de todas as mulheres que amo. Mas enquanto não desabam mais letras, Simone Mottola, com o que sonha agora?

Não vale sonhar com o Sergio Lisboa e nem com o Deo Della Volpe que são caras apaixonados pela esposa que têm e você também tem um marido que mais ninguém tem. Fora o filho e o gato. Você é uma boa mãe de fato! . Também não sonhe com o dy Corrêa. Quanto ao Fernando Alberto Couto, nem pensar! Este parece um poeta apaixonado até pelo ar. Já o Cleber Vinícius é um jovem muito moço cheio dos gostos!

Falei dos rapazes desta redondeza. Agora arranjaria lugar à mesa para Mila Moreira, Mhaya, Nena Medeiros, Selena Santorelo e seus cotovelos, mãos e braços. Para Evelyne Furtado eu diria com muita candura que um lugar para ela seria com um belo view para as coisas mil que todas pudessem dizer. Agora as outras que andam sumidas e me falham o nome, tipo uma geizaromero quando some, terão que procurar com o olhar elas mesmas um bom lugar. Que eu preciso me proteger das letras.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 22/05/2008
Reeditado em 14/07/2008
Código do texto: T1000552
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