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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em fim de mandato, veio ao G20, no Brasil. Ele veio cumprir mais um chato protocolo. Pior, na América do Sul! Mas o país da Floresta Amazônica traria muitas surpresas. O presidente estava aguardando com apreensão os mistérios da floresta úmida, bem como, dos povos originários e suas características de homens pré-históricos.
O índio começou seu ritual de pajelança. Devia ser para espantar os maus espíritos. O gringo parecia querer levar aquilo a sério, no entanto, o tênis da Nike roubava a atenção. Não era possível levar a sério um suposto pajé vestido com uma modalidade de cocar e o calçado americano. Aquela cena inesperada eliminava qualquer mistério de estar participando de um ritual milenar da selva.
O aborígene da Rua 25 de Março deve ter recebido algum sinal de que a sessão já ía começar, então, surgiu detrás do mato para iniciar mais um espetáculo. Aquele parente distante dos originais silvícolas devia ter uma picape Hilux na garagem e só arriscaria dizer algumas palavras na língua Tupi: Jabaquara, Tietê, Turiaçu, Caraguatatuba, M’boi mirim e Ibirapuera.
Historicamente, os índios brasileiros sempre apareceram com calções Adidas e pedalando bicicletas Barra Forte e Barra Circular. Isso virou folclore, porém, os indígenas evoluíram e mudaram de patrocínio. No entanto, para uma ocasião como essa, eu imaginava que além de vestir o cocar o ator compusesse o personagem ficando descalço para parecer mais verossímil e enganar os turistas.
Quando vestiam os calções de futebol da confecção alemã e utilizavam as bicicletas da Monark e Caloi, os autóctones apenas estavam exercendo a apropriação cultural que lhes foi concedida.
Embora falsa, a aventura Amazônica não deixou de ser um autêntico “programa de índio”.