DE AMORES CANINOS E HUMANOS
Li hoje. Pesquisa científica sueca. Os cães estão se tornando cada vez mais doces e amorosos, só para agradar os humanos. Aliás, uma mudança genética devido a um hormônio, a ocitocina. Penso que nem precisava de pesquisa científica para isso!
Que os humanos “amam” cada dia mais seus pets não é nenhuma novidade! Um verdadeiro xodó! Cães (e até gatos e outros) já se tornaram a verdadeira “família” humana. As pessoas convivem muito mais com eles do que com os parentes. Cuidam deles, às vezes, melhor do que dos filhos. Preferem tê-los a ter filhos! Até o futuro rei da Inglaterra confessou publicamente que o seu cão, o querido Orla, dorme com o casal na própria cama.
Até aí nada de errado! Os animais precisam mesmo de cuidados e, principalmente, de respeito. Também, aprenderam a se tornar muito mais calmos e amigáveis. Quem diria que os cães eram, no início, lobos selvagens que os homens insistiram em domesticar! E que, apenas algumas décadas atrás, os caninos eram considerados tão somente como animais de trabalho, usados para caçar, pastorear o gado e proteger a casa. Só bem recentemente é que os seus donos passaram a priorizar a companhia, uma finalidade que se tornou agora exclusiva.
O ruim é que, enquanto as pessoas passaram a tratar os cães como humanos, continuam a tratar os humanos como os cães de antigamente. Ou seja, os cães “aprenderam” a ser amáveis, mas os homens estão muito longe disso! Nem precisa exemplificar... E mais, o “amor” humano pelos cães causou nestes até uma mudança genética! Será que mesmo poderia acontecer com os humanos?
Aqui poderíamos “paradoxar” São Francisco de Assis. Não é bem “dando que se recebe”, mas recebendo que se adquire a capacidade dar. Foi assim com os cães. Se os homens recebessem amor suficiente, quem sabe... Ou, então, que tal um coquetel diário de ocitocina para “domesticar” os humanos?
Ribeirão Preto, 20 de outubro de 2024