- Tudo passa, muda e se transforma!
Crônica: O Encanto e a Comédia da Meia-Idade
- A meia-idade chega sem ser convidada, como um vento sutil que bagunça os cabelos e, de repente, nos vemos refletindo sobre os anos que ficaram para trás.
- No início, achamos graça. Uma dorzinha aqui, outra ali, o óculos que antes parecia desnecessário e, agora, faz parte da vida cotidiana.
- E quem diria que a visão no cardápio se tornaria um verdadeiro desafio à meia-luz?
- O corpo já não obedece como antes, e o entusiasmo de pular da cama às seis da manhã para uma corrida se transforma em uma breve ponderação: "Talvez amanhã".
- A disposição ainda existe, sim, mas, em vez de agir, refletimos, porque agora sabemos que às vezes é mais sábio esperar que a vontade passe.
- Ah, como o tempo nos ensina a rir de nós mesmos!
- Não se trata apenas do corpo. O mundo ao nosso redor também muda.
- Antes éramos nós os críticos dos mais velhos. - Agora, sem perceber, nos tornamos aqueles que questionam a juventude, com um misto de nostalgia e resignação.
- E então, surge o espelho.
- Na infância, éramos nós que fazíamos caretas, mas agora ele retribui.
- Cada linha no rosto conta uma história, um sorriso antigo, uma preocupação momentânea, uma noite mal dormida.
- E, de repente, entendemos que a vida é um constante aprendizado.
- Na meia-idade, o humor é nosso aliado. Rir de si mesmo é a cura.
- As respostas, agora, são abundantes, mas as perguntas... ah, essas sumiram.
- E, no fim das contas, o verdadeiro segredo está em saborear esse intervalo entre o nascer e o morrer, com leveza e sabedoria.
Trovas:
1.
A vida corre, o tempo voa,
Na meia-idade tudo é dor,
O corpo já não mais perdoa,
Mas ainda há tempo pro amor.
2.
A preguiça vem de mansinho,
Nos transformando sem alarde,
Fazer amor é tão quentinho,
Mas quem levanta pra uma tarde?
3.
Na cintura a idade aparece,
O espelho já não é amigo,
O rosto com o tempo esquece,
A juventude foi abrigo.
4.
O médico manda exercitar,
Você dirige com a janela,
É tanto vento a refrescar,
Que a saúde fica bela.
5.
O restaurante à luz de vela,
Antes romântico cenário,
Agora é luta com a tabela,
Não enxergo mais o cardápio!
6.
O zíper às vezes se esquece,
Como o nome do camarada,
E a idade logo aparece,
Quando a mente já está cansada.
7.
A geração mais nova então,
Agora alvo da crítica,
Quem diria essa missão,
De quem a vida já vivifica.
8.
No cinema, a atenção é outra,
Quem flerta não busca paixão,
Só quer a pipoca envolta,
Do amor sobrou a razão.
9.
E quando o espelho nos vinga,
A face que já não é a mesma,
A vida com ironia brinca,
Mas não trocamos essa mesa.
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Resenha sobre a Meia-Idade:
1. Corpo: A meia-idade é marcada por dores que surgem inesperadamente.
- O corpo que um dia foi ágil agora começa a manifestar sinais do tempo, e as limitações físicas se tornam mais frequentes.
2. Preguiça e Amor: A preguiça se torna uma fiel companheira.
- Até atividades antes cheias de paixão, como fazer amor, ganham um novo ritmo, comparável à tranquilidade de uma preguiça.
3. Cintura e Espelho: O corpo denuncia a passagem do tempo, principalmente na cintura, e o espelho parece devolver com ironia as caretas que fazíamos na infância.
4. Exercícios e Meditação: O médico recomenda exercícios, mas a motivação nem sempre acompanha.
- O desejo de se movimentar muitas vezes é abafado pelo cansaço, e o conforto do sofá acaba sendo a escolha preferida.
5. Romantismo e Realidade: Jantares românticos perdem o brilho quando a visão falha.
- O esforço para ler o cardápio à luz de velas se sobrepõe ao clima que um dia foi motivo de suspiros.
6. Economia e Sedução: Os pequenos gestos mudam.
- Apagar as luzes, que outrora era para criar um clima sedutor, agora é por economia.
7. Esquecimento: A memória começa a pregar peças.
- Os nomes e rostos que antes vinham à mente com facilidade agora parecem cada vez mais distantes.
8. Crítica e Reflexão: Se antes criticávamos os mais velhos, agora começamos a questionar os mais jovens, com uma certa nostalgia do que era e com a certeza de que a vida é cíclica.
9. Sabedoria e Conselhos: A meia-idade é o momento em que acumulamos sabedoria e aprendemos que, muitas vezes, as respostas que possuímos não são mais requisitadas.
- O conselho toma o lugar da prática.--
Conclusão:
- A meia-idade, longe de ser apenas um período de perdas, é um momento de grande introspecção e aprendizado.
- É quando começamos a apreciar as pequenas alegrias e a saborear as ironias da vida.
- A sabedoria adquirida ao longo dos anos transforma a meia-idade em um ponto de reflexão, onde o riso se torna nosso melhor aliado contra as limitações que o corpo e a mente nos impõem.
- O humor é, sem dúvida, o tempero essencial para viver essa fase de forma plena.
- Afinal, como a sabedoria popular diz, não há cura para o nascer e o morrer, então o que nos resta é aproveitar intensamente o intervalo.
(By: Lbw-IA, Pirahystrasse, Oma, Beckhauserparadiesecke, Joinville-SC, em 20 set/2024, sexta-feira.)