O cordel do perdão

 

Vou contar pra você agora,

Com humildade e emoção,

A jornada que enfrentei,

Pra aprender o tal perdão.

É pra um coração pesado,

Que escrevo este cordel,

Pra soltar mágoas antigas

E alcançar também o céu.

 

Já sofri tanta injustiça,

Que nem sei como contar.

Palavras que me feriram,

Feitos que vieram machucar.

E, vez ou outra, eu me via

Remoendo a ingratidão,

Como quem cultiva espinhos

Dentro do próprio pulmão.

 

Mas a vida, com sua calma,

Soprou lições no meu ouvido:

“Quem carrega peso demais

Segue o caminho abatido.

O perdão não é pro outro,

É pra você que está ferido,

Pois quem larga o que machuca

Sai mais leve e mais vivido.”

 

Não é fácil, eu confesso,

Deixar pra trás a dor sentida.

O orgulho grita alto,

Quer resposta na ferida.

Mas entendi, com o tempo,

Que perdoar é decisão:

Não é concordar com o erro,

É se libertar da prisão.

 

O perdão é ferramenta

De quem quer viver em paz.

É abrir mão do que pesa,

É seguir sem olhar pra trás.

Não apaga o que foi feito,

Mas transforma a direção,

Troca o ódio pela calma,

Faz morada na razão.

 

Hoje quero te inspirar

A refletir com atenção:

Quantas dores você guarda,

Que alimentam a solidão?

Não é pra esquecer o mundo

Ou fingir que nada dói,

Mas deixar a mágoa ir embora

E plantar o que constrói.

 

Eu sigo nesse caminho,

Nem sempre fácil de trilhar,

Mas, aos poucos, percebo

Que consigo respirar.

O perdão é pra mim mesma,

Uma chave pra libertação.

E, no fim, quem ganha a paz

É o meu próprio coração.

 

 

Angélica Lima🕊

 

 

Angélica Lima
Enviado por Angélica Lima em 16/11/2024
Reeditado em 17/11/2024
Código do texto: T8197997
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