Queria ser um poeta
Queria ser um poeta
Como pode um Ser mortal
Que nunca foi à escola
Ser tocador de viola
Fazer versos sem igual
Do passado ao atual
Ele rima de improviso
Com certeza bem preciso
Falando de qualquer tema
Decantando num poema
Tirado do seu juízo
Muita gente se pergunta
Querendo mais entender
Como é que pode ser
Como é que se assunta
Questiona e repergunta
Mas resposta não lhe vem
Pensa quê, onde e quem
Como pode um ser matuto
Em apenas um minuto
Fazer versos do além
Fica mais admirado
Ao ouvir uma toada
Na hora improvisada
Por um vaqueiro emcourado
Fazendo versos de gado
De paixão e de amor
De saudade ou de dor
Relatando sua cultura
Sem escrita, sem leitura
Ele é quase um professor
Tem que ver pra poder crer
Um não alfabetizado
Que fala tudo errado
Faz versos sem saber ler
De certeza esse saber
É uma força divina
A natureza ensina
Porque Deus o escolheu
E o dom pra ele deu
Pra cumprir a sua sina
Com um grande esplendor
Um poeta faz cordel
Feito abelha faz o mel
Tirando o néctar da flor
Pois é dádiva do Senhor
E não queira duvidar
É doutor sem estudar
Tem muita sabedoria
Na arte da poesia
Tem anel sem se formar
Queria ser um poeta
Ter o dom da poesia
Compor com sabedoria
Como se fosse um profeta
Ditando a coisa correta
Porquê tudo é passageiro
O poeta é mensageiro
Das coisas que Deus envia
Cada verso é profecia
Trazido de um conselheiro
Diosmam Avelino – 29-10-2015