RUBROS OLHOS NO CANGAÇO

Rubros olhos no cangaço,

Da triste seca ao mel amargo,

Anoitece e a dor não adormece,

E na breve lida uma prece:

Meu corpo é um sol,

Que transparece a fome no arrebol.

Meu coração se encolhe de tanto lutar,

Para que o gado sobreviva e deite alegremente

Na colina.

Eu peço a Deus uma solução

Pois se tem vida, há veredas no sertão.

Canto com uma razão, de que melhoras

Virão, que nessa terra seca a chuva caia

A cada estação.

O Profundo de Fany Cósta
Enviado por O Profundo de Fany Cósta em 30/09/2024
Código do texto: T8163127
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