RUBROS OLHOS NO CANGAÇO
Rubros olhos no cangaço,
Da triste seca ao mel amargo,
Anoitece e a dor não adormece,
E na breve lida uma prece:
Meu corpo é um sol,
Que transparece a fome no arrebol.
Meu coração se encolhe de tanto lutar,
Para que o gado sobreviva e deite alegremente
Na colina.
Eu peço a Deus uma solução
Pois se tem vida, há veredas no sertão.
Canto com uma razão, de que melhoras
Virão, que nessa terra seca a chuva caia
A cada estação.