CORDEL DA CONSTRUÇÃO
Precisamos construir
Agora neste momento
Rios que passam aqui
Atravessam sentimento
Idas e voltas da vida
Batem asas na partida
Andando faz movimento.
Paraíba é o giz
Atado no quadro branco
Reescrevendo passado
Alçado num tema franco
Imagens são colocadas
Belezas delas focadas
Amo todos, não retranco.
Paraíba Capital
Sou cidadão nordestino
Da Cidade João Pessoa
Quase sinto clandestino
Num tecido desbotado
fiquei mais desmantelado
Achei nele meu destino
Num tecido desbotado
Achei nele meu destino
Eu peguei tu pelos braços
Me chamastes de cretino
Cada dia que se passa
O mundo me ultrapassa
Saio feito clandestino.
Num tecido nordestino
Vi nascer todo pecado
Saindo por este mundo
Deixei meu sonho rasgado
Enfrentei tantos problemas
Entre tantos os dilemas
E me fiz até malvado.
Me passei por malcriado
Na Paraíba do Norte
Vi nascer todo pecado
Enfrentei até a morte
Meu lugar tem mais encantos
Ando por todos recantos
E nunca me chega a sorte.
Fiz da vida meu perdão
Coração ficou marcado
Já puxei dente caído
Na demência do passado
Num tecido nordestino
Eu fiz sofrer os palestinos
E vi nascer o pecado.
Argumentos são pedaços
Que maltratam o soldado
Somos verbos de muitos
Vivemos entrelaçados
Num tecido nordestino
Me chamaram assassino
Pra nascer todo pecado.
Sujeito caba de peia
Não sei mais o que fazer
Se tens vergonha não sabe
Se não tens queres vender
Camarada diga ligeiro
Por que és raparigueiro
E putas fazes sofrer?
Vá o mundo entender
O que é raparigar
Se tento ser direito
Um diabo quer me pagar
Camarada diga ligeiro
Por que és raparigueiro
Fazes o fogo apagar.
Vamos ver no que vai dar
Este teu falso Heleno
O valor sem ter valor
Ficou assim tão pequeno
Camarada diga ligeiro
Por que és raparigueiro
É nosso doce veneno.