Pai
Do Pai que não vinha uma saudade brotava
A espera que se prolongava era triste doída
Na ansiedade de vê quem me deu a vida
Uma lagrima faminta de meu rosto rolava.
Na estrada olhos chorosos se debruçavam
Em meio a poeira vultos surgiam em trote
E o som estridente do ensebado chicote
Me garantiam que eles se aproximavam
No alpendre de barro eles se aglomeravam
O cheiro umido de suor saia das cangalhas
Do velho carinhoso eu tirava o saco de tralhas
Enquanto os meus irmaos ele os abraçavam
Era assim quando eles pra nós retornavam
Trazendo acima de tudo nossa esperança
E naquela figura de Pai a faminta confiança
Que nossas bocas eles alimentavam.