Pobre cunhã

Vivia a pobre cunhã

Pela Lua apaixonada.

Sua mãe lhe dava conselhos,

Mas nunca era escutada.

A noite, lá estava ela

Em sua busca esperada.

Lindo guerreiro encantado.

Era como ela via a Lua.

Que viria corresponder

A essa imaginação sua.

Nos rios ia sempre banhar-se,

Solitária, calma e nua.

Aconteceu certa noite,

Ela ser surpreendida:

Nas claras águas dum lago

Estava a Lua refletida.

Pensou ser o belo guerreiro,

Grande amor de sua vida.

Sem duas vezes pensar,

Nesse lago se jogou,

Para seu amor encontrar

E bem depressa afundou.

Pura, inocente cunhã

Dali nunca mais voltou.

Seu sentimento foi tanto

Que foi a Tupã um clamor.

Como forma encontrada

Para compensar seu amor,

Fez nascer naquele lago

Uma deslumbrante flor.

Brotou ali a vitória-régia

De muito rara beleza,

Considerada por muitos

Um mistério da natureza.

Das tribos é um encanto,

Dos lagos nobre riqueza.

Zé Osmar
Enviado por Zé Osmar em 19/09/2022
Reeditado em 19/09/2022
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