Pobre cunhã
Vivia a pobre cunhã
Pela Lua apaixonada.
Sua mãe lhe dava conselhos,
Mas nunca era escutada.
A noite, lá estava ela
Em sua busca esperada.
Lindo guerreiro encantado.
Era como ela via a Lua.
Que viria corresponder
A essa imaginação sua.
Nos rios ia sempre banhar-se,
Solitária, calma e nua.
Aconteceu certa noite,
Ela ser surpreendida:
Nas claras águas dum lago
Estava a Lua refletida.
Pensou ser o belo guerreiro,
Grande amor de sua vida.
Sem duas vezes pensar,
Nesse lago se jogou,
Para seu amor encontrar
E bem depressa afundou.
Pura, inocente cunhã
Dali nunca mais voltou.
Seu sentimento foi tanto
Que foi a Tupã um clamor.
Como forma encontrada
Para compensar seu amor,
Fez nascer naquele lago
Uma deslumbrante flor.
Brotou ali a vitória-régia
De muito rara beleza,
Considerada por muitos
Um mistério da natureza.
Das tribos é um encanto,
Dos lagos nobre riqueza.