FOGÃO DE LENHA EM CASA SEM MURO
NO ESCURO EM CASAS SEM MUROS
Sonhando retornei-me ao passado nas asas do vento
Perdido no meio do nada voando sem rumo ao relento
Era madrugada ainda no advento ao nascer do sol
Encantadora e linda com sua bela cor de maçã
Sobre a franja do infinito surgiu aurora e seu arrebol
Levando-me de volta ao passado da minha história
Fui de encontro aos meus tempos de outrora
Nossas casas sem muros dormindo no escuro
Quando o sol e o luar marcavam as horas
Quantas lembranças desse mundo caipira
Meu colchão de palha rasgada em tiras
Num catre de madeira trançado de embiras
Em noite sem luar céu encoberto total escuridão
Sem nada a temer nenhum mal não tinha ladrão
Nas portas e janelas umas simples tramelas
Despreocupados às vezes cansado janelas abertas
Sem qualquer maldade ou traições secretas
Eram noites tranquilas sem nenhuma vigília
Ao amanhecer o café da manhã com rapadura
Às vezes enfumaçada no picumã, um tanto dura
Sobre a fumaça do tição nas trempes do fogão
Genial maneira de conservar sem geladeira
Por mais que o avanço tecnológico venha
Jamais esquecerei de ti oh fogão de lenha
Mas isso ficou no passado com sabor de adeus
São quimeras do ontem dos sonhos meus
São arquivos que agora nas gavetas da mente
Revividos in memória machucando a gente
Minhalma lamenta e chora nessa saudade de outrora
Espargindo ao vento minhas lágrimas na história !
obs: (Imagemdo Glogle)