FARINHADA
Quando morava na roça,
Dava um duro danado,
Acordava bem cedinho,
Amolava bem a enxada,
Ia correndo pro roçado.
No sitio plantava café,
E as verduras na horta,
Além de diversas frutas,
Para fazer a farinhada.
A gente plantava mandioca.
O trabalho era bem pesado,
Mais ninguém sofria abalo,
Cada dia que passava,
Quanto mais nós trabalhava,
Mais enchia as mãos de calo.
Mesmo com chuva ou sol,
A gente sempre trabalhava,
De segunda a quarta feira,
Na quinta arrancava mandioca,
Na sexta fazia a farinhada.
Pra gente arranjar dinheiro,
Tinha que fazer farinha,
Com a família toda unida,
Cada um fazia uma parte,
Todos na casa de farinha.
Trabalhava o dia e a noite,
Chegava até da insônia,
Quando a fome ia chegando,
Tomava um café bem gostoso,
E comia um beiju de goma.
Autor: Orlando Santos
Em, 06 de abril de 2022
Essa foi uma faze da minha vida que vivi, de criança a até meus 20 anos de idade, lá no sitio Jundiá, na cidade de Panelas, no interior de Pernambuco, hoje moro aqui na Capital mais ainda sinto muitas saudades, inclusive dos meus pais que já foram chamados por papai do céu.