Amazônia

Sou um ferro enferrujado

que aos poucos vou se

desgastando, e por mais

que eu seja pintado por

dentro vou me acabando,

sou um trapo rasgado

que já foi tão usado

conforme o tempo foi

passando.

Sou um graveto cruzado

e por mais que eu seja

utilizado sinto o fogo se

aproximando, sou um rio

manchado e sem meus

verdes dos lados aos

poucos vou secando,

sou o cantar dos pássaros

preso em graveto cruzado

vou perdendo o canto.

Sou a carne no prato

morto e cozinhado para

satisfazer sua fome, sou

um livro jogado sem capa

e sem nome, sou um

vagalume apagado

vagando para qualquer

lado no escuro que me

consome.

Sou uma rosa sem cor

e por mais que eu seja

flor não tenho mais o

perfume, sou a escadaria

da vida sem degrau e

sem subida sou o ferro

que o ferrugem come,

um corpo sem sangue

sugado pela maldade

de quem me consome.

Sou um paraíso perdido

devastado e poluído

pela destruição do gigante,

sou uma raiz descoberta

sem água e sem Terra

sem seguir adiante,

sou a mãe natureza

acabada sem beleza

pela ambição do homem.

Sou o que chamam de

planeta, afogado na tristeza

o verde virando terra seca

e sem água na fonte, sou

um futuro sem vida a vegetação

perdida o transgênico apressa

minha partida para um triste

horizonte.

Sou o que o dinheiro não

compra, sou o ar e a sombra

sou a terra que se planta e

a água que te banha, sou o

começo do fim e por não

cuidar de mim vou virando

um mar seco sem ondas,

sou o planeta terra a caminho

da miséria pela ignorância

humana.

jardineiropoeta
Enviado por jardineiropoeta em 26/03/2022
Código do texto: T7481059
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.