Rufino Cachaça
Rufino, caboclo sério
Desses véi certo e cismado
Conversava muito pouco
Sempre, assim, desconfiado
Trabalhador de primeira
Tinha a tradição vaqueira
Que o fizera afamado
Mas sempre em dia de feira
O cabra se transformava
No jumento um caçuá
Muito de tudo comprava
Feijão, farinha, verdura
Carne seca, rapadura
Pedia a conta e pagava
Amarrava o seu jumento
Na porta de uma bodega
E já na primeira dose
Tava pronto pra refrega
Cotovelo no balcão
Só terminava no chão
A vida virava um brega
Chegava em casa somente
De manhã no outro dia
Com o semblante bem sério
Não se lembrar, parecia
Do recente desatino
Esse era o velho Rufino
E só se vê na Bahia