TRÊS CABRAS DA PESTE
Zé Maria, João Bocão e Bala Doida, esses três cangaceiros pintaram o sete no Sertão de canto a canto. Os dois primeiros eram irmãos e o último era primo deles. Quiseram imitar Lampião depois de sua morte quando o bando se dispersou.
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Com a morte do cangaceiro Lampião
No Sertão houve uma certa calmaria
Na verdade pouco tempo durou
Logo depois a bomba estorou
Ninguém sabia prá onde corria
Pois apareceu um novo filho do cão
Um tal de Zé Maria amedrontou
Quem já estava bem aliviado
Pintou o sete esse cangaceiro
Junto com o irmão e parceiro
João Bocão do diabo enviado
Isso foi o povo que me contou
Os dois roubavam e matavam
Acabou-se na região o sossego
Voltou novamente a selvageria
Por Jesus e pela Virgem Maria
Era mais um presente de grego
O bando de Lampião imitavam
Depois um outro bandido apareceu
Bala Doida, um primo dos dois
O trio agora estava completo
De maldades tornou-se repleto
Prá eles nada ficava prá depois
E foi assim que o cangaço renasceu
Foram alguns anos de matança
De Zé Maria com o seu irmão
Também com o primo comparsa
Acredite, com eles não tinha farsa
Prá matar nenhum fazia sermão
Pois tinham entre si uma aliança
Mas quem aqui faz aqui paga
Em um confronto com a volante
Enfim o Bala Doida foi eliminado
E o trio então ficou desfalcado
Deixando o povo mais confiante
Notícia boa logo se propaga
A volante logo caiu em campo
Para o restante do grupo pegar
Isso com ajuda da população
Que não agüentava essa ação
Fosse ela de qualquer lugar
Eles tinham que cair no grampo
Lhe digo, foi só o que aconteceu
Desses três cabras da peste
Que então só os irmãos restaram
Com a volante eles se depararam
E ali naquela região do agreste
Foi onde o João Bocão morreu
O seu irmão Zé Maria escapuliu
Porém muito longe ele não foi
A volante então fechou o cerco
Olhe, final de filme eu não perco
Ele foi brabo como um boi
Morreu, mas da volante não fugiu