ALMA SENTIDA DE CABOCLO
Ô cumpadre me deixa aqui
Vai correno lá
Avisa a Ritinha que vô me demorá
Queria sê merecedô
De recebê ela
Do padre no artá
Purisso fui na cidade
Comprá rôpa nova
Mimbunitá
Só num sabia
Como as coisa mudaro
Naquele lugá
Fiquei tão fermoso
Que mistrepei
Nem me quero alembrá
Uns home de supetão
Saíro da tocaia
Vinhéro me daninhá
Insisti que num tinha tostão
Era só um cabocro
Quereno casá
Falaro “Cê tá zuano
Passa o dinhêro
Se não vamo te cortá”
Num diantô chorá
Pedi pelamordeus!
Num diantô ixpricá
Me grudaro num canto
Pegaro minhas sacola
Dexaro um rasgo no lugá
Senti o taio
A quentura do sangue
Meu corpo moleá
Só tive tempo
D`espichá meus braço
Prá mór da feição de Ritinha arcançá
Discurpa meu amô
Nunca que quis
Vancê suzinha dexá
Tinha tanto sonho
Já arrumava um cafundó
Prá nóis arranchá
Adonde nóis junto
E nossos fio (uns par dele)
Ia famiá
Vai, cumpadre corre lá
Ajuda meu véio pai
As aliança entregá
Vejo a capela com povaréu
O chão cobrido de frô
Ritinha a mesperá
Meu Jesuzinho quirido
Sei que percisa pro céu
Agorinha me carregá
Mai encareço, Pai meu
E sei que pode
Sempre me iscuitá
Se num posso de corpo
Me dexa mai um tiquinho
De arma ficá